Estrutura Familiar e Mobilidade Social - Estudo do
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nossa agricultura é preciso acompanhar o roteiro <strong>do</strong> café<br />
pelo Esta<strong>do</strong> de São Paulo.<br />
Os japoneses e a expansão da agricultura paulista<br />
O início deste século foi um perío<strong>do</strong> de prosperidade e<br />
expansão agrícola para o Esta<strong>do</strong> de São Paulo, pois o café,<br />
conquistan<strong>do</strong> novas áreas, provocou um surto de urbanização<br />
e progresso - que pode ser acompanha<strong>do</strong> pelo avanço<br />
<strong>do</strong>s trilhos das Estradas de Ferro. Como escreveu Sérgio<br />
Milliet (1941, p. 22): "Atrás <strong>do</strong> café e por vezes à sua frente<br />
penetram as ferrovias. Com elas as colônias estrangeiras e<br />
o comércio semi-sedentário. Cidades erguem-se, crescem<br />
rapidamente, sem tempo suficiente para tomar pé, sem raízes<br />
bastante fortes para resistir desde logo às vicissitudes da marcha<br />
vertiginosa e fatigante".<br />
Esta busca contínua de zonas novas, onde as terras<br />
inexploradas oferecem um rendimento extraordinário, é o<br />
traço marcante da agricultura paulista. E certo que a lavoura<br />
cafeeira, desde seu início, nunca deixou de avançar para<br />
novas regiões, porém, no fim <strong>do</strong> século passa<strong>do</strong>, as frentes<br />
pioneiras tomam outra feição.<br />
Neste perío<strong>do</strong>, ainda anterior à imigração japonesa, o emprego,<br />
em grande escala, de mão-de-obra imigrante e assalariada<br />
impõe um caráter de empresa agrícola às fazendas <strong>do</strong><br />
Oeste paulista que as distingue das velhas lavouras <strong>do</strong> Vale<br />
<strong>do</strong> Paraíba, construídas sobre o trabalho escravo. E não é só<br />
esta a diferença: "A fazenda de café da zona de Campinas e,<br />
sobretu<strong>do</strong>, de Ribeirão Preto, é uma empresa econômica complexa,<br />
organizada em moldes capitalistas. Isto é, exigia grande<br />
empate de capital e o que é mais significativo para o problema<br />
que ora nos interessa: exigia controle racional <strong>do</strong> empreendimento.<br />
Nestas fazendas o proprietário freqüentemente<br />
mantinha gerentes de empresa, os administra<strong>do</strong>res, e não raro<br />
contabilizavam seus investimentos, controlan<strong>do</strong> os custos e<br />
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