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Estrutura Familiar e Mobilidade Social - Estudo do

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assimétricas (2) . As dificuldades, entretanto, apenas aumentam<br />

quan<strong>do</strong> tentamos incorporar estas noções, pois a antropologia<br />

tem encontra<strong>do</strong> uma grande dificuldade em trabalhar com a<br />

idéia de culturas <strong>do</strong>minantes, principalmente dentro das<br />

orientações meto<strong>do</strong>lógicas que se apoiam diretamente na<br />

herança <strong>do</strong> pensamento culturalista, como é o caso <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s<br />

de aculturação.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, a crítica não incide apenas sobre o fato de<br />

que o processo cultural, nestes trabalhos, é toma<strong>do</strong> como autônomo.<br />

A utilização <strong>do</strong> recurso que consiste no emprego de<br />

uma análise sociológica auxiliar, voltada para a descrição <strong>do</strong>s<br />

status e papéis sociais <strong>do</strong>s agentes envolvi<strong>do</strong>s, também não<br />

pode resolver o problema porque consegue apenas uma<br />

superposição de abordagens sem atingir uma síntese coerente.<br />

A realidade <strong>do</strong> contato sociocultural só pode ser apreendida<br />

e sua explicação só será concreta se levar em conta um<br />

conjunto de dimensões (entre os quais a cultural é fundamental)<br />

que devem ser empregadas na interpretação <strong>do</strong> processo,<br />

reproduzin<strong>do</strong> teoricamente a unidade <strong>do</strong> real. O conceito de<br />

aculturação não facilita esta tarefa porque privilegia os traços<br />

culturais e supõe uma dinâmica que lhes é própria.<br />

Em nosso trabalho estávamos diante de uma realidade onde<br />

a imigração provocou um contato imposto quer a brasileiros,<br />

pela expansão econômica que gerou a necessidade de mãode-obra,<br />

quer aos japoneses, que aceitaram voluntariamente a<br />

imigração e a participação como assalaria<strong>do</strong>s na sociedade<br />

brasileira. Tínhamos diante de nós, por um la<strong>do</strong>, um quadro<br />

histórico-político onde se inseriram os japoneses ao la<strong>do</strong> de<br />

outras nacionalidades geran<strong>do</strong> uma situação de contato; por<br />

outro, percebíamos os mecanismos culturais de ajustamento,<br />

por eles desenvolvi<strong>do</strong>s a partir de um repertório cultural que<br />

(2) Malinowski desde seu trabalho de 1938 se defronta com este problema que<br />

volta a colocar em seu trabalho de 1945. Maiores referências bibliográficas<br />

podem ser encontradas em Beals (1953), Siegel, Vogt, Watson e Broom<br />

(1954), Dohrenwend e Smith (1962) e ainda Car<strong>do</strong>so de Oliveira (1964,<br />

1972).<br />

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