Estrutura Familiar e Mobilidade Social - Estudo do
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E a oposição japoneses-sociedade nacional que permite<br />
pensar as regiões como mo<strong>do</strong>s de representar a maior ou menor<br />
proximidade dentro da Colônia, já que um nissei de Marília<br />
está mais próximo de um issei da Alta Paulista que de um<br />
brasileiro de sua geração em Marília.<br />
Procuran<strong>do</strong> explicar esta representação espacial das distâncias<br />
sociais, Vieira parte das relações reais dentro da Colônia,<br />
mostran<strong>do</strong> que elas vão se tornan<strong>do</strong> virtuais com o<br />
distanciamento e por isso podem ser utilizadas, na linguagem<br />
comum, como formas para representar a unidade cultural da<br />
Colônia e ao mesmo tempo as distinções internas. Se este mo<strong>do</strong><br />
de distinguir e classificar os grupos dentro da Colônia pode<br />
parecer deriva<strong>do</strong> das relações realmente existentes, a grande<br />
distância estabelecida entre japoneses e não-japoneses não<br />
pode decorrer da prática cotidiana que os mantém próximos.<br />
Acreditamos que, para aceitar a afirmação de Vieira (1967, p.<br />
71): "De maneira geral, entretanto, os japoneses <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong><br />
Paraíba, por exemplo, estão mais próximos <strong>do</strong>s japoneses de<br />
Marília <strong>do</strong> que os brasileiros da Alta Paulista, embora mais<br />
distantes", melhor seria dizer "se pensam mais próximos",<br />
porque indicaríamos que se trata de uma representação da<br />
Colônia e não, como quer a autora, uma descrição a partir das<br />
relações que unem os japoneses de Marília, através de laços<br />
de parentesco, associativos, recreativos, de negócios etc. a<br />
outros japoneses de outras regiões.<br />
Estes laços não se estendem progressivamente pelo espaço<br />
como aparece no gráfico, pois um mapeamento das relações<br />
poderia nos levar até o Japão, passan<strong>do</strong> por todas as<br />
regiões brasileiras e, muito provavelmente, indicaria uma concentração<br />
em São Paulo, sem que a Capital tenha qualquer<br />
destaque especial no sistema classificatório apresenta<strong>do</strong>.<br />
Enfim, propomos que as regiões são utilizadas para pensar<br />
a Colônia Japonesa porque são indica<strong>do</strong>res adequa<strong>do</strong>s da unidade<br />
<strong>do</strong>s japoneses, apesar de sua dispersão e em oposição à<br />
sociedade nacional.<br />
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