Estrutura Familiar e Mobilidade Social - Estudo do
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profundamente inculca<strong>do</strong>s através da socialização japonesa,<br />
encontraram aqui uma função imediata. Sem maiores conflitos<br />
dentro <strong>do</strong> grupo, pôde ser imposto um padrão quase<br />
ascético <strong>do</strong> consumo, uma vez que os destinos da família continuaram<br />
a ser regi<strong>do</strong>s pelo chefe. Percebemos mesmo um<br />
reforço da autoridade familiar, enquanto outros padrões tradicionais<br />
parece que perderam importância.<br />
E bastante difícil avaliar como realmente transcorria a vida<br />
de uma família de colonos japoneses porque o material colhi<strong>do</strong><br />
em entrevistas é bastante lacônico no que se refere a esta<br />
fase, quer porque as lembranças estão bastante apagadas por<br />
se referirem a uma experiência desagradável, quer porque<br />
entrevistamos muitos chefes de família que eram crianças<br />
nessa época. E certo, entretanto, que a vida cotidiana era difícil<br />
e a convivência pobre. Os contatos sociais reduziram-se a<br />
um mínimo, restringin<strong>do</strong>-se o equipamento cultural, já sem<br />
eficácia no novo ambiente. Os imigrantes, nesse perío<strong>do</strong>, preocuparam-se<br />
apenas com o trabalho, quase sem nenhum tempo<br />
para atividades ociosas. O isolamento em que ficavam as famílias,<br />
dispersas nas colônias das fazendas, ten<strong>do</strong> como vizinhos<br />
imigrantes de outros países ou caboclos brasileiros, propiciou<br />
esta redução ao mínimo das relações extrafamiliares.<br />
Apesar de tomar apenas um aspecto deste empobrecimento,<br />
o trabalho de Handa, apresenta<strong>do</strong> ao Simpósio, O Japonês<br />
em São Paulo e no Brasil, realiza<strong>do</strong> era 1968, tem a<br />
vantagem de ser uma análise e um depoimento de como se<br />
manifestou a Decadência <strong>do</strong> senso estético numa fase da<br />
vida <strong>do</strong>s imigrantes japoneses <strong>do</strong> Brasil'(1968). Compreenden<strong>do</strong><br />
por senso estético as formas de vestuário, alimentação,<br />
arranjo de casa, cantos etc, o autor estuda seu empobrecimento<br />
durante o perío<strong>do</strong> de colonato. Os japoneses imigrantes<br />
deixaram o Japão antes da grande ocidentalização daquele<br />
país, trazen<strong>do</strong> consigo costumes muito diversos <strong>do</strong>s<br />
nossos, difíceis de manter nas fazendas de café. O senso<br />
estético japonês, especialmente aquele que constitui a<br />
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