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Estrutura Familiar e Mobilidade Social - Estudo do

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nico de marcenaria, outro cursa o ginásio e os <strong>do</strong>is mais moços<br />

estão no primário. Os filhos mais velhos não puderam estudar<br />

porque sempre ajudaram a família. Antes de se instalarem em<br />

São Paulo, muitas atividades foram tentadas. A esposa, Aiko,<br />

veio para o Brasil com a mãe e o irmão mais velho, para pagar<br />

dívidas, pois seus "pais eram de uma família de pesca<strong>do</strong>res por<br />

tradição. Possuíam <strong>do</strong>is barcos de pesca além de uma fábrica<br />

de peixe seco que deu prejuízo e faliu". Instalaram-se na região<br />

da Mogiana como colonos de café e "foram considera<strong>do</strong>s boas<br />

pessoas, ten<strong>do</strong> consegui<strong>do</strong> pagar as dívidas. Mas não tinha futuro<br />

trabalhar como colono". Um conheci<strong>do</strong> foi procurar melhores<br />

condições de trabalho para eles e, nesta época, conheceram<br />

a família <strong>do</strong> futuro mari<strong>do</strong> de Aiko, numa fazenda arrendada<br />

em Marília onde plantaram algodão. As duas famílias passaram<br />

a trabalhar juntas repartin<strong>do</strong> os lucros. Depois de <strong>do</strong>is anos<br />

Aiko casou-se em cerimônia tradicional japonesa e o novo casal<br />

arren<strong>do</strong>u terras no município de São José. Como seu cunha<strong>do</strong><br />

mais velho não pudesse ficar com os pais, o casal voltou para<br />

junto <strong>do</strong>s sogros, na zona rural de Marília. Logo em seguida<br />

foram para a cidade de Marília e seu mari<strong>do</strong> trabalhava como<br />

emprega<strong>do</strong> em uma firma de beneficiamento de arroz. Depois<br />

de algum tempo abriram uma "venda de cereais" e mais tarde<br />

um armazém de secos e molha<strong>do</strong>s. Para conseguir o capital necessário<br />

para estes empreendimentos, contaram com a ajuda <strong>do</strong><br />

sogro. "No tempo da guerra tivemos que vender muito fia<strong>do</strong> e o<br />

negócio foi mal. Tivemos que vender tu<strong>do</strong>". O mari<strong>do</strong> de Aiko<br />

conseguiu então, por intermédio de um senhor japonês, um trabalho<br />

em Angra <strong>do</strong>s Reis, em uma fábrica de peixe seco, e lá,<br />

junto com outra família, tornaram-se sócios desta fábrica. Permaneceram<br />

aí três anos, mas a venda <strong>do</strong> peixe, feita através de<br />

viajantes no interior <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, trazia muitos problemas. Desistiram<br />

então desta empresa e, contan<strong>do</strong> com a ajuda de um cunha<strong>do</strong>,<br />

que já era feirante, a família veio para São Paulo onde<br />

há 10 anos dedica-se a esta atividade. Os filhos que estudam<br />

terão outra profissão. Mesmo os que trabalham com os pais<br />

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