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Estrutura Familiar e Mobilidade Social - Estudo do

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(1952), a mesma autora indica que o "sitiante sofria das deficiências<br />

<strong>do</strong> sistema de crédito e via-se leva<strong>do</strong> a entregar suas<br />

colheitas aos <strong>do</strong>nos das máquinas agrícolas e aos negociantes<br />

de café e algodão que os financiavam... Essas deficiências só<br />

não atingiram os japoneses, que contaram desde logo com o<br />

apoio <strong>do</strong>s capitais nipônicos para o financiamento de suas<br />

plantações e compra de sua produção, graças a uma orientação<br />

estatal e nacional impressa ao movimento migratório<br />

nipônico" (Vieira, 1967, p. 46).<br />

Esta é uma das razões que explicam a grande homogeneidade<br />

<strong>do</strong>s produtos cultiva<strong>do</strong>s pelos japoneses que, de<br />

acor<strong>do</strong> com a época e a região, dedicavam-se quase to<strong>do</strong>s a<br />

uma mesma lavoura. As associações cooperativas que surgiram<br />

nestes núcleos também favoreceram esta homogeneização<br />

da produção. O plantio <strong>do</strong> algodão, amen<strong>do</strong>im, chá, batata e<br />

tomates ou a criação de bicho-da-seda são algumas das atividades<br />

que agruparam os japoneses, dan<strong>do</strong>-lhes o quase monopólio<br />

destes produtos em alguns lugares. Até hoje, como já<br />

mostramos, a Colônia Japonesa concentra suas atividades no<br />

plantio de certos produtos.<br />

O estu<strong>do</strong> de Saito sobre o núcleo de Cotia (Saito, 1956)<br />

mostra as condições com que contaram os imigrantes para<br />

desenvolver estas comunidades étnicas. Alguns ex-colonos,<br />

muitos originários da mesma região <strong>do</strong> Japão, reuniram-se, a<br />

partir de 1913, nesta área que progressivamente foi sen<strong>do</strong><br />

ampliada e ocupada por novas famílias.<br />

O núcleo inicial dividia-se em três "turmas", de acor<strong>do</strong> com<br />

a procedência. Eram elas: a turma da cidade, a turma de Piraju<br />

e a de Guatapará. Os que vinham da cidade, isto é, de São<br />

Paulo, quase to<strong>do</strong>s tinham fugi<strong>do</strong> das fazendas de café por<br />

não suportar as condições de vida, in<strong>do</strong>, então, para São Paulo.<br />

Fracassaram também nos empregos urbanos e por isso resolveram<br />

tentar a agricultura em Cotia.<br />

O grupo de Piraju vinha da Fazenda Boa Vista, neste município,<br />

onde to<strong>do</strong>s trabalhavam como colonos e a turma de<br />

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