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Estrutura Familiar e Mobilidade Social - Estudo do

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Esta flexibilidade na definição <strong>do</strong>s limites da família que<br />

encontramos no Japão talvez seja importante para explicar a<br />

permanência desta organização familiar em momentos distintos<br />

da história <strong>do</strong> Japão e em outros países para onde houve<br />

imigração.<br />

Nela a descendência pode ser "adquirida" socialmente, na<br />

medida em que não precisa haver uma completa superposição<br />

da ordem social e da biológica. Vemos então que as a<strong>do</strong>ções<br />

de filhos ou mari<strong>do</strong>s, o reconhecimento de emprega<strong>do</strong>s ou<br />

não parentes como membros de um <strong>do</strong>zoku deixam de ser<br />

exceções a uma regra (e são muito numerosos para sê-lo) e<br />

podem ser explica<strong>do</strong>s.<br />

A relação de filiação, sempre que possível, define a participação<br />

no sistema cooperativo, mas como não constitui um<br />

critério exclusivo, deve estar combinada aos signos das famílias,<br />

que têm, no Japão, a mesma permanência que os "liames<br />

de sangue", e por isso podem substituí-los. Em outras palavras,<br />

a filiação é tanto social quanto biológica e nenhum destes<br />

aspectos é exclusivo quan<strong>do</strong> se pensa a continuidade da<br />

família. Os casamentos e a<strong>do</strong>ções são mecanismos de incorporação<br />

de novos membros à família e demonstram sua eficácia<br />

na medida em que garantem posições iguais ou até superiores<br />

aos membros natos (caso de filho a<strong>do</strong>tivo que sucede o<br />

pai), justamente porque definem uma participação social no<br />

"contínuo familiar" que não necessariamente é um contínuo<br />

genealógico. A participação cerimonial tem o mesmo ou quase<br />

o mesmo valor que a consangüinidade.<br />

Podemos entender por que se pode recorrer a um mukoyoshi<br />

para preencher o lugar de um filho ou para manter próxima a<br />

filha, ou ainda para constituir um <strong>do</strong>zoku <strong>do</strong> tipo chama<strong>do</strong><br />

matrilinear. Aparentemente são situações distintas, mas que<br />

podem ser resolvidas pelo mesmo expediente, uma vez que os<br />

mari<strong>do</strong>s a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s assumem o nome da família a<strong>do</strong>tante e com<br />

ele sua continuidade, isto é, seu passa<strong>do</strong> e seu futuro.<br />

Os filhos de um mukoyoshi entram na cadeia genealógica<br />

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