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Estrutura Familiar e Mobilidade Social - Estudo do

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<strong>do</strong>s são muito pequenas porque a característica mais importante<br />

desta população é a sua mobilidade e sua ligação com o<br />

merca<strong>do</strong> nacional de terras e produtos agrícolas. Toda a ideologia<br />

<strong>do</strong> pioneiro é seguir sempre a frente desbrava<strong>do</strong>ra e estar<br />

em dia com as novas demandas para plantar aquilo que pode<br />

render mais. Os japoneses compreenderam rapidamente a importância<br />

de mover-se de um município para outro, de uma<br />

região para outra, até mesmo de um Esta<strong>do</strong> para outro, compran<strong>do</strong><br />

terra em melhores condições e fazen<strong>do</strong> aumentar seu<br />

capital através desta febre de valorizações tantas vezes fictícias.<br />

Para os que ainda não haviam logra<strong>do</strong> tornar-se proprietários<br />

estas zonas novas ofereciam chances de arrendamentos vantajosos<br />

que os levaria a uma melhor situação.<br />

Aqueles núcleos japoneses forma<strong>do</strong>s quase espontaneamente<br />

pela reunião de arrendatários ou pequenos proprietários<br />

não contavam com o necessário isolamento para tentar a<br />

preservação da cultura japonesa. Já os agrupamentos organiza<strong>do</strong>s<br />

por companhias de colonização gozaram de uma maior<br />

estabilidade, porque eram compostos por pequenos proprietários<br />

mas, mesmo assim, não lograram a independência necessária<br />

com relação à região para que possamos vê-los como<br />

grupos nacionais enquista<strong>do</strong>s.<br />

Vemos, portanto, como na fase de formação de núcleos de<br />

arrendatários japoneses e retomada de sua tradição cultural,<br />

configura-se a idéia de uma comunidade étnica, tanto como<br />

resulta<strong>do</strong> deste processo quanto como sua causa, pois já estava<br />

presente, ainda que não plenamente formulada, desde seu<br />

início.<br />

A descrição de Handa (1968) sobre o ressurgimento <strong>do</strong>s<br />

baila<strong>do</strong>s e cantos folclóricos entre os arrendatários japoneses<br />

e o papel aglutina<strong>do</strong>r das companhias de colonização mostram<br />

a atuação de mecanismos de solidariedade que definem<br />

o grupo imigrante como uma comunidade dentro <strong>do</strong> Brasil.<br />

A noção de Colônia Japonesa surge então como a representação<br />

desta situação ambígua, onde o universo cultural nipônico<br />

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