Estrutura Familiar e Mobilidade Social - Estudo do
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tos agrícolas em feiras ou quitandas, os iniciantes sempre esperam<br />
contar com facilidades em seu contato com firmas atacadistas<br />
japonesas. O conhecimento da língua japonesa tem<br />
uma importância crucial na definição <strong>do</strong>s limites dentro <strong>do</strong>s<br />
quais se pode esperar uma atitude solidária.<br />
A Colônia não é mais um grupo mas sim um campo de<br />
relações potenciais defini<strong>do</strong> por peculiaridades físicas e culturais<br />
que permitem uma identificação étnica. Entre as marcas<br />
diferenciais, a língua é certamente a mais importante.<br />
Observan<strong>do</strong> o Quadro XXXIX, vemos que o japonês é<br />
preserva<strong>do</strong> na comunicação familiar por mais da metade <strong>do</strong>s<br />
imigrantes chefes de família, residentes em zona urbana. Ao<br />
mesmo tempo que confirma a crescente utilização <strong>do</strong> português<br />
pelos descendentes de imigrantes, este quadro mostra<br />
que, em 1958, ainda 30% <strong>do</strong>s nisseichefes de famílias urbanas<br />
e 46% <strong>do</strong>s residentes em zona rural preferiam comunicarse<br />
em japonês. Tal fato demonstra que, passa<strong>do</strong>s 60 anos <strong>do</strong><br />
início da imigração, muitos <strong>do</strong>s nasci<strong>do</strong>s no Brasil ainda sentem<br />
a língua japonesa como sua e, através dela, provavelmente<br />
procuram definir sua condição de japonês.<br />
QUADRO XXXIX<br />
LÍNGUA FALADA EM CASA, PELO CHEFE DE FAMÍLIA<br />
E SEUS FILHOS - BRASIL: 1958<br />
RESIDÊNCIA GERAÇÃO<br />
Urbana<br />
Rural<br />
PORTUGUÊS<br />
%<br />
PORTUGUÊS<br />
EJAPONÊS<br />
%<br />
JAPONÊS<br />
Imigrantes 8 33 59<br />
Descentes 30 40 30<br />
Imigrantes 4, 21 75<br />
Descentes 19 35 46<br />
FONTE: C.R.C.J. - 1964, Quadro 225, p. 302.<br />
%<br />
TOTAL<br />
%<br />
100<br />
(22.841)<br />
100<br />
(4.210)<br />
100<br />
(27.610)<br />
100<br />
(2.861)<br />
Não devemos tomar este conserva<strong>do</strong>rismo lingüístico como<br />
indica<strong>do</strong>r imediato da segregação, pois já mostramos outros<br />
fatos que desmentem este isolacionismo. Podemos, porém,<br />
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