Estrutura Familiar e Mobilidade Social - Estudo do
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sucessão patrilinear estrito e a consideração da existência de<br />
parentesco também por la<strong>do</strong> materno (6) . Aceitan<strong>do</strong> entretanto<br />
que esta patrilinearidade é uma linguagem social que define<br />
claramente os limites das famílias, mas que não implica<br />
necessariamente uma idéia de descendência biológica contada<br />
por linha masculina, torna-se mais fácil compreender esta<br />
igualdade no reconhecimento de parentes bilaterais.<br />
(6) Lembramos que em vários trabalhos sobre o Japão encontramos referências<br />
ao conflito entre a nomenclatura de parentesco de tipo Esquimó (bilateral) e<br />
a sucessão patrilinear nos grupos <strong>do</strong>mésticos.<br />
0 trabalho de Kitaoji (1971) propõe uma resposta a este problema, quan<strong>do</strong><br />
discute a inadequação de uma análise de nomenclatura para explicar a<br />
organização japonesa. Demonstran<strong>do</strong> a existência de um sistema denotativo<br />
de posições familiais, paralelo à terminologia de parentesco egocentrada,<br />
este autor chega à conclusão de que "conceitos tais como terminologia de<br />
posições, organizações sociocêntricas, sucessão e herança, parentesco social<br />
ou físico, a<strong>do</strong>ção e aliança são instrumentos mais úteis para a compreensão da<br />
lógica da organização da família e parentesco japoneses (Kitaoji, 1971, p.<br />
1 054). Isto porque o sistema mais usa<strong>do</strong> para indicar posições familiais<br />
dentro das comunidades rurais é sociocêntrico, composto de termos que<br />
indicam as posições ocupadas em um determina<strong>do</strong> momento na estrutura<br />
linear <strong>do</strong> grupo <strong>do</strong>méstico e são independentes das distâncias que as aproximam<br />
ou separam de ego. "Não é a terminologia de posições que fornece o<br />
modelo consciente da família japonesa" (Kitaoji, 1971, p. 1 042). Este argumento<br />
vem em favor da análise proposta sobre o significa<strong>do</strong> da patrilinearidade,<br />
na medida em que os termos de posição indicam uma relação linear de<br />
descendência e através dela se definem as posições, como se vê no quadro<br />
que reproduzimos <strong>do</strong> trabalho de Kitaoji (1971, p. 1 042).<br />
Dialeto<br />
YAHO<br />
TERMINOLOGIA DE POSIÇÕES NA FAMÍLIA JAPONESA<br />
Japonês<br />
PADRONIZADO<br />
SIGNIFICADO<br />
Ojisan Inkio Velho, ex-chefe de família<br />
Obasan Inkio Esposa <strong>do</strong> ex-chefe de família<br />
Otosan Shujin Chefe de família<br />
Okasan Shufu Esposa <strong>do</strong> chefe de família<br />
Atotori Chonan Sucessor <strong>do</strong> chefe<br />
Yome Yome Noiva ou jovem esposa<br />
Shatei Jisannan Filhos mais jovens que o sucessor<br />
Musume Musume Filhas<br />
Uchimago Mago Netos<br />
Deshikko Deshi Aprendiz considera<strong>do</strong> como filho<br />
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