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Estrutura Familiar e Mobilidade Social - Estudo do

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transformam ou como encontram um novo ajustamento, a<br />

partir de mudanças sociais.<br />

As análises sobre a industrialização <strong>do</strong> Japão, em sua grande<br />

maioria, partem da dicotomia entre sociedade moderna e<br />

sociedade tradicional, tão freqüente na sociologia <strong>do</strong> desenvolvimento.<br />

Por isso mesmo deixam de la<strong>do</strong> as peculiaridades<br />

culturais <strong>do</strong> processo de transformação, preocupan<strong>do</strong>-se<br />

em avaliar o avanço da modernização por indica<strong>do</strong>res toma<strong>do</strong>s<br />

a partir de um modelo abstrato de sociedade industrial.<br />

Neste modelo, é claro, o sistema familiar deve tender para uma<br />

família conjugai em que o trabalho é atividade individual. Para o<br />

caso japonês, já se descreveu e mediu esta tendência, embora<br />

sempre se admita uma certa resistência à inovação nos padrões<br />

de relações familiares. Este apego ao tradicional é muitas vezes<br />

transposto para as empresas que não podem ser classificadas<br />

ainda como modernas. Parece-nos que falta uma análise <strong>do</strong><br />

significa<strong>do</strong> destes padrões e de como se combinaram, nesta<br />

sociedade particular, permitin<strong>do</strong> um processo de transformação<br />

de onde emerge uma sociedade industrializada, necessariamente<br />

diversa de outras já existentes e de um modelo abstrato e<br />

não-histórico.<br />

Ao analisar o processo de integração <strong>do</strong>s imigrantes japoneses<br />

no Brasil, tomamos como ponto de partida a especificidade<br />

cultural deste processo. Certamente não é necessário<br />

reconstruir a cultura japonesa como uma totalidade e observar<br />

o que foi conserva<strong>do</strong> aqui. Por este caminho estaríamos<br />

dan<strong>do</strong> uma independência aos fenômenos culturais que eles<br />

não têm; pois seria o mesmo que admitir, para eles, uma dinâmica<br />

própria e independente que tomaria a situação de contato<br />

apenas como um pano de fun<strong>do</strong>. E isto já foi critica<strong>do</strong> repetidamente,<br />

com referência a trabalhos que utilizam deste mo<strong>do</strong><br />

o conceito de aculturação.<br />

Nossa pesquisa nos colocou diante de certos aspectos <strong>do</strong><br />

comportamento <strong>do</strong>s imigrantes que pareciam ter um valor estratégico<br />

para explicar sua integração. Não se trata simples-<br />

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