07.05.2013 Views

Estrutura Familiar e Mobilidade Social - Estudo do

Estrutura Familiar e Mobilidade Social - Estudo do

Estrutura Familiar e Mobilidade Social - Estudo do

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

opera, reduzimos a família a suas relações e funções econômicas<br />

sem explicar por que ainda são famílias. Os <strong>do</strong>zoku são<br />

unidades de produção cujos limites estão da<strong>do</strong>s pelo parentesco,<br />

seja ele real ou fictício. Os critérios de residência e as<br />

relações de cooperação não esgotam sua definição, senão quan<strong>do</strong><br />

combina<strong>do</strong>s com os critérios de descendência que explicam<br />

não só sua hierarquia interna como também a inclusão de<br />

parentes não consangüíneos que podem vir a ser membros<br />

plenos, graças a este parentesco pensa<strong>do</strong> como social.<br />

Tanto nas linhagens patrilineares quanto nas parentelas instáveis<br />

é fácil identificar as funções econômicas e as formas de<br />

trabalho cooperativo. Entretanto, há uma diferença essencial<br />

entre estas duas formas de cooperação entre grupos <strong>do</strong>mésticos,<br />

uma vez que, no primeiro caso, ela se dá no quadro de<br />

uma hierarquia definida pela patrilinearidade. Obviamente, a<br />

força deste princípio de descendência é maior naquelas regiões<br />

<strong>do</strong> Japão onde o <strong>do</strong>zoku é mais importante (nordeste) e,<br />

por sua vez, as parentelas são mais solidárias e atuantes onde<br />

têm funções cooperativas claramente definidas (su<strong>do</strong>este). Em<br />

Kikaigashima, por exemplo, cultuam-se os ancestrais das duas<br />

linhas de parentesco e as cerimônias devem ser realizadas em<br />

dias diferentes para que o mesmo indivíduo delas possa participar<br />

(Befu, 1963, p. 1 335).<br />

Não encontramos, pois, funções específicas da parentela e<br />

da patrilinhagem, mas nas várias regiões <strong>do</strong> Japão percebemos<br />

uma sobreposição <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is princípios e das atividades<br />

devidas a um ou outro grupo de parentes que mais se<br />

complementam e que se opõem. Não se pode exprimir esta<br />

situação em termos de uma correlação entre formas de parentesco<br />

e mo<strong>do</strong>s de cooperação. Parece-nos melhor explicá-la<br />

como variantes de um modelo ideológico de relações onde a<br />

consangüinidade e a linhagem masculina têm uma posição<br />

relativa.<br />

Esta variabilidade regional é possível justamente pela flexibilidade<br />

que o modelo apresenta, já que a extensão <strong>do</strong> nome<br />

99

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!