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Estrutura Familiar e Mobilidade Social - Estudo do

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Guatapará vinha da fazenda <strong>do</strong> mesmo nome na Araraquarense,<br />

que fora uma das primeiras fazendas a receber<br />

japoneses. A mudança para Cotia, no caso <strong>do</strong>s grupos vin<strong>do</strong>s<br />

das fazendas, foi determinada por conselhos e ajuda presta<strong>do</strong>s<br />

por famílias já lá instaladas. A cultura pre<strong>do</strong>minante foi<br />

a da batata, para a qual introduzem o uso de adubos e técnicas<br />

de plantio mais eficazes com aproveitamento intensivo <strong>do</strong><br />

solo. Estas inovações foram possíveis porque surgiu nesta<br />

comunidade uma associação, com grande poder de controle<br />

sobre seus membros, a "Associação Japonesa", que reunia<br />

to<strong>do</strong>s os chefes de família e que foi o gérmen da poderosa<br />

Cooperativa Agrícola de Cotia. Sua finalidade era zelar pelos<br />

interesses coletivos <strong>do</strong>s lavra<strong>do</strong>res e entre suas primeiras<br />

atividades está a compra e distribuição de sementes e adubos,<br />

controle da época de plantio e colheita, ten<strong>do</strong> em vista garantir<br />

um preço médio vantajoso para to<strong>do</strong>s.<br />

Outros trabalhos, como o de Unzer de Almeida sobre Registro<br />

(1953), Ono e Miyazaki (1956) sobre Suzano, ou Saito<br />

(1961), descrevem vários tipos de associações tradicionais em<br />

várias comunidades. Revivem elas as funções de controle e<br />

ajuda mútua que têm no Japão rural.<br />

Apesar de não se repetirem aqui, exatamente sob sua forma<br />

original, estas associações ensaiam, de maneira menos<br />

formal, mecanismos de cooperação já conheci<strong>do</strong>s destes imigrantes.<br />

Tal como no Japão, a obrigatoriedade de participação<br />

e o poder de coersão são elementos importantes destas<br />

organizações criadas pelos imigrantes em suas comunidades<br />

brasileiras.<br />

Aqui também os grupos <strong>do</strong>mésticos eram unidades produtivas<br />

que freqüentemente se conjugavam em um nível local,<br />

repetin<strong>do</strong>, em parte, a situação de relativo isolamento da aldeia<br />

japonesa. As limitações no uso da língua portuguesa e a<br />

tradição cultural comum os isolava, ao mesmo tempo que a<br />

expansão agrícola abria perspectivas para uma grande mobilidade.<br />

Nesta situação, em parte contraditória, já vimos como<br />

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