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Estrutura Familiar e Mobilidade Social - Estudo do

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anos. Venci<strong>do</strong> este primeiro contrato de trabalho, foram para<br />

Araçatuba, ainda como colonos. Só depois deste segun<strong>do</strong><br />

estágio de colonato (que o informante não soube,precisar<br />

quanto durou) é que se transferiram para o município de<br />

Valparaíso como arrendatários. Nesta época, a filha mais velha<br />

tomava conta da casa e <strong>do</strong>s irmãos menores e os pais "trabalhavam<br />

na roça desde a madrugada até a noite. Os pequenos<br />

ficavam a semana inteira sem ver os pais. Depois que<br />

cresceram os filhos, to<strong>do</strong>s foram para a roça". Com a morte<br />

<strong>do</strong> pai, a mãe continuou dirigin<strong>do</strong> os trabalhos na lavoura,<br />

mas coube ao entrevista<strong>do</strong>, único filho <strong>do</strong> sexo masculino,<br />

"além de trabalhar na plantação, cuidar <strong>do</strong>s negócios como<br />

compra e venda de merca<strong>do</strong>rias, adubos etc. Como o que a<br />

gente ganhava só dava para comer, porque quan<strong>do</strong> tinha boa<br />

colheita o preço era baixo e quan<strong>do</strong> o preço subia o tempo<br />

não ajudava, resolvemos vir para São Paulo tentar o comércio".<br />

Com a venda das máquinas que possuía e o que restava<br />

da última colheita, o entrevista<strong>do</strong> comprou um caminhão e<br />

tornou-se feirante, ocupação que mantinha até a época da<br />

entrevista.<br />

Apesar das informações serem fragmentárias, vemos claramente<br />

a seqüência <strong>do</strong> colonato ao arrendamento de terras<br />

e à urbanização condicionada ao pequeno capital amealha<strong>do</strong><br />

(máquinas e colheita). Percebe-se também que este processo<br />

tem como base o trabalho cooperativo de to<strong>do</strong>s os membros<br />

da família e que é ainda como uma unidade de trabalho que<br />

transferem-se para São Paulo. Mais tarde analisaremos as condições<br />

e a forma que assume esta cooperação familial.<br />

Os trabalhos publica<strong>do</strong>s, especialmente os de Saito e Vieira,<br />

e as informações estatísticas apresentadas pela Comissão de<br />

Recenseamento da Colônia Japonesa confirmam a generalidade<br />

deste movimento que transforma o colono em arrendatário,<br />

depois em proprietário rural e, às vezes, em proprietário ou<br />

empresário urbano. Não pretendemos afirmar que todas as famílias<br />

japonesas cumpriram essas fases necessariamente,<br />

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