07.05.2013 Views

Estrutura Familiar e Mobilidade Social - Estudo do

Estrutura Familiar e Mobilidade Social - Estudo do

Estrutura Familiar e Mobilidade Social - Estudo do

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

pendentes, uma vez que contava com algumas vantagens<br />

para levar adiante esta atividade.<br />

E o que percebemos através da história que nos conta um<br />

chefe de família natural de Kumamoto, onde trabalhava em<br />

uma fábrica de armas e munições. Veio para o Brasil em 1934<br />

com sua mulher e três filhos e trabalhou como colono na região<br />

da Mogiana. Ten<strong>do</strong> passa<strong>do</strong> aí apenas um ano, como,<br />

segun<strong>do</strong> ele, o tratamento nesta fazenda era ótimo, pôde ganhar<br />

o suficiente para iniciar a compra de terras em Marília.<br />

Para esta transação contou com a ajuda de um amigo japonês.<br />

Este caso é bastante excepcional, uma vez que o conjunto<br />

<strong>do</strong>s depoimentos não confirma estas boas condições que permitiram<br />

comprar terras tão rapidamente. Porém, o que chama<br />

a atenção é que, apesar da rapidez com que consegue algum<br />

capital, este imigrante que, no Japão, residia em zona urbana<br />

e era operário, não pensou em estabelecer-se na cidade. Só<br />

veio para São Paulo depois de ter arrenda<strong>do</strong> sua propriedade<br />

de Marília e compra<strong>do</strong> outra em Garça onde se dedicou à<br />

produção de óleo de hortelã. Com a queda de preço deste<br />

óleo, teve que vender suas terras para pagar dívidas e então,<br />

com a ajuda de um filho que já estava em São Paulo, transferiu-se<br />

para cá.<br />

Esta permanência maciça na agricultura, consideran<strong>do</strong>-se<br />

que 37% <strong>do</strong>s imigrantes que no Japão participaram da força<br />

de trabalho não eram agricultores, parece bastante excepcional<br />

(C.R.C.J. - p. 384). Resulta, sem sombra de dúvida, da expansão<br />

desta atividade no Esta<strong>do</strong> de São Paulo que deve ter impressiona<strong>do</strong><br />

particularmente os japoneses, vin<strong>do</strong>s de um país<br />

superpovoa<strong>do</strong> e sem disponibilidade de terras. Entre as razões<br />

apontadas para a emigração, encontramos com freqüência formulações<br />

<strong>do</strong> tipo: "Viemos visan<strong>do</strong> uma vida melhor... porque<br />

no Japão não havia futuro devi<strong>do</strong> à superpopulação"; ou ainda,<br />

"No Japão meu sogro não poderia se estabelecer porque<br />

não era o filho mais velho, tinha 5 irmãos, e o pai não tinha<br />

terra para to<strong>do</strong>s". Aparece claramente a percepção da limitação<br />

58

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!