Estrutura Familiar e Mobilidade Social - Estudo do
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A relação entre ocupação e freqüência a associações japonesas<br />
é diversa para os nissei. Entre eles, a maior freqüência<br />
se observa entre emprega<strong>do</strong>s e os que trabalham como membros<br />
de família. Paralelamente diminui a participação de trabalha<strong>do</strong>res<br />
por conta própria e emprega<strong>do</strong>res. Isto parece indicar<br />
que, entre os descendentes, ao contrário <strong>do</strong> que ocorre<br />
com os issei, são os que ocupam posições ocupacionais inferiores<br />
que se fazem presentes nas associações tradicionais.<br />
Como a estrutura ocupacional da população de nissei é<br />
bastante diferente da de seus pais, como verificamos no Capítulo<br />
II, construímos o Quadro XLII para analisar melhor este<br />
problema. Podemos assim avaliar se o aumento na proporção<br />
de emprega<strong>do</strong>s que participam de associações japonesas não<br />
se deve simplesmente ao aumento <strong>do</strong> número de pessoas nesta<br />
categoria. Efetivamente, controlan<strong>do</strong> o número de pessoas<br />
em cada ocupação e também comparan<strong>do</strong> a freqüência a grêmios<br />
brasileiros, o quadro se altera. A proporção de trabalha<strong>do</strong>res<br />
por conta própria e de emprega<strong>do</strong>res nissei aumenta<br />
significativamente, o que se explica, provavelmente, pelo fato<br />
de ser esta a categoria que apresenta um processo de ascensão<br />
semelhante ao que caracteriza os nasci<strong>do</strong>s no Japão.<br />
A alta participação <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>res (issei ou nissei) nestas<br />
associações pode ser explicada pelo prestígio que gozam<br />
dentro da Colônia que os faz solicita<strong>do</strong>s para todas as atividades<br />
culturais e recreativas.<br />
Ao mesmo tempo, esta categoria apresenta uma porcentagem<br />
bastante mais elevada de participação em associações<br />
exclusivamente brasileiras <strong>do</strong> que em agremiações puramente<br />
japonesas, caso em que o total não ultrapassa 4%.<br />
Isto parece indicar que este tipo de relação de trabalho,<br />
associa<strong>do</strong> à integração em uma estrutura ocupacional aberta<br />
e independente de critérios culturais, provoca a diminuição<br />
progressiva da participação no universo tradicional. Por<br />
isso é que 55% <strong>do</strong>s nissei que procuram associações<br />
brasileiras são emprega<strong>do</strong>s.<br />
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