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Estrutura Familiar e Mobilidade Social - Estudo do

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QUADRO XXXVII<br />

NÍVEL EDUCACIONAL DOS DESCENDENTES DE JAPONESES<br />

MAIORES DE 7 ANOS<br />

BRASIL: 1958<br />

NÍVEL EDUCACIONAL %<br />

Analfabetos<br />

Sabem ler e escrever<br />

Nitigo gakko (*)<br />

Primário<br />

Secundário e mais<br />

Total<br />

(*) Designação das escolas japonesas criadas pelos imigrantes.<br />

FONTE: C.R.C.J. - 1964, Quadro 8, p. 50.<br />

3,2<br />

1,2<br />

0,7<br />

73,6<br />

21,3<br />

100<br />

(213.779)<br />

Para entendermos esta enorme escolarização relativa da<br />

população de origem japonesa, tanto rural quanto urbana, não<br />

basta constatar o prestígio que a educação assume nos valores<br />

culturais <strong>do</strong>s imigrantes. O exame <strong>do</strong> processo de ascensão<br />

social no campo, basea<strong>do</strong> na inovação de técnicas agrícolas e<br />

apoia<strong>do</strong> na organização de cooperativas, exigia tanto uma identificação<br />

étnica, como já mostramos, como o <strong>do</strong>mínio da língua<br />

japonesa falada e escrita. A orientação da produção para o<br />

merca<strong>do</strong>, nos termos em que foi realizada com tanto sucesso<br />

pelos japoneses, não podia prescindir da escolarização. Mais<br />

ainda, exigia inclusive a comunicação em japonês. Compreende-se,<br />

portanto, o empenho demonstra<strong>do</strong> por tantos núcleos<br />

rurais em promover, simultaneamente, a freqüência tanto<br />

à escola brasileira quanto à japonesa (nitigogakko). Por isso<br />

11,7% <strong>do</strong>s que se educaram no Brasil freqüentaram escolas<br />

brasileiras e nitigo gakko (C.R.C.J., 1964, p. 57).<br />

Na verdade, a educação brasileira também era necessária porque,<br />

se a organização da produção era feita em termos da participação<br />

numa comunidade étnica, sua comercialização exigia, pelo<br />

menos em certos níveis, contatos com brasileiros. Do mesmo<br />

mo<strong>do</strong>, a necessidade de interagir com uma burocracia administrativa<br />

que se manifestava diretamente nas exigências fiscais e<br />

contratuais, mostrava, aos imigrantes, a utilidade da freqüência<br />

à escola brasileira e o aprendiza<strong>do</strong> da língua nacional.<br />

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