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Estrutura Familiar e Mobilidade Social - Estudo do

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tradição viva dentro da vida cotidiana da população, não pode,<br />

quase nunca, ser dissocia<strong>do</strong> da vida que se leva no Japão,<br />

achan<strong>do</strong>-se, como se acha efetivamente, na sua maioria,<br />

vincula<strong>do</strong> ao estilo de vida expresso no costume de sentar-se<br />

sobre o tatami(esteira). E é assim que, no Japão, não se podem<br />

dissociar a casa e o seu jardim, pois se constituem numa<br />

unidade, deven<strong>do</strong> o jardim ser contempla<strong>do</strong> da sala por alguém<br />

senta<strong>do</strong>.<br />

O próprio canto - à parte o <strong>do</strong>s tropeiros ou <strong>do</strong>s marinheiros<br />

- na sua maioria se cultiva nas salas, num tom de voz<br />

contida. No baila<strong>do</strong>, dança<strong>do</strong> por quem não estivesse habitua<strong>do</strong><br />

a sentar-se no tatami, os gestos parecerão feios e até ridículos.<br />

Isso se explica pelo fato de a beleza <strong>do</strong> quimono transparecer<br />

através <strong>do</strong> andar japonês, ademais de não poder ser dissocia<strong>do</strong><br />

da etiqueta <strong>do</strong> zashiki (sala com tatami)... devi<strong>do</strong> ao impacto<br />

<strong>do</strong> novo mo<strong>do</strong> de vida brasileiro, nossa vida ficou desorganizada,<br />

num grau inimaginável aos meros observa<strong>do</strong>res. Outrossim,<br />

pode-se dizer que, ten<strong>do</strong> aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong> o modus vivendi tradicional<br />

por força da preocupação inicial de logo retornar ao Japão,<br />

se perdeu também o senso artístico que dá lustro à vida, ao<br />

mesmo tempo que, por causa da aceitação <strong>do</strong> novo modus<br />

vivendi apenas como um meio passageiro, não se chegou a<br />

perceber o processo de arranjo estético que se achava implícito<br />

nesse mesmo modus vivendi (Handa, 1968, p. 7 - 8).<br />

Comparan<strong>do</strong> as casas <strong>do</strong>s caboclos brasileiros às <strong>do</strong>s imigrantes<br />

japoneses, este autor mostra para os primeiros a existência<br />

de uma ordenação que era "natural", perceptível na<br />

casa de telhas e chão de terra batida sempre arrumada e limpa,<br />

onde uma mesa com toalha feita de sacos e sobre a qual<br />

sempre havia uma moringa, centralizava a vida da família e<br />

das visitas. "Em contraposição, os imigrantes japoneses deixavam<br />

muitas vezes amontoa<strong>do</strong>s, sem nenhuma arrumação,<br />

os seus pertences, bem mais numerosos que os <strong>do</strong>s caipiras"<br />

(Handa, 1968, p. 15). A necessidade de aceitar a alimentação<br />

brasileira obrigou-os a somar utensílios de cozinha aos que tra-<br />

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