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Memórias de Padre Germano

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irá querer não só ser bom, mas ser gran<strong>de</strong>. Sonhará em ser<br />

uma das luzes da ciência nas civilizações futuras. E o será,<br />

porque o homem, para se transformar em re<strong>de</strong>ntor <strong>de</strong> um povo,<br />

não precisa <strong>de</strong> mais privilégio que sua potente vonta<strong>de</strong>. Então,<br />

Rodolfo, anime- se. Não fixe o olhar na Terra, porque seu<br />

porvir está escrito no céu.<br />

E, ao falar assim, Maria estava completamente<br />

transfigurada. Seus gran<strong>de</strong>s olhos brilhavam com o fogo<br />

sagrado da inspiração, parecia a pro- fetisa dos tempos que<br />

arrancava seus segredos da eternida<strong>de</strong>.<br />

Rodolfo sentia sua benéfica influência, olhava-a extasiado e<br />

por fim disse com nobre exaltação:<br />

Bendita seja, Maria! Bendita seja! Sua voz ecoa em meu<br />

coração e re- anima meu ser. Não me importa o sofrimento se<br />

me resta tempo para minha regeneração. Eu julgava tudo<br />

perdido; pensava que já era tar<strong>de</strong> para mim, e essa convicção<br />

me assassinava.<br />

Não, Rodolfo, não. São os homens que me<strong>de</strong>m o tempo;<br />

Deus me<strong>de</strong> a eternida<strong>de</strong>. Para Ele não há nem ontem nem<br />

amanhã; Seu hoje é eterno, Seu presente não teve princípio<br />

nem terá fim. Ele não viu a aurora <strong>de</strong> seu dia e nunca verá seu<br />

ocaso. O sol do progresso sempre brilhou no zênite da<br />

eternida<strong>de</strong>.<br />

Rodolfo, ao ouvir tão consoladoras afirmações, sorriu<br />

gozoso e exclamou:<br />

E que <strong>de</strong>vo fazer para começar meu trabalho?<br />

Veja - disse Maria hoje mesmo me assaltou uma idéia. Vèio<br />

uma pobre mulher rendida <strong>de</strong> cansaço, extenuada <strong>de</strong> fadigas;<br />

três crianças a<br />

acompanham, e ela sabe que em breve terminará sua<br />

penosa missão na Terra. E o que será <strong>de</strong>ssas pobres crianças<br />

se a carida<strong>de</strong> não as acolher nem lhes brindar generosa<br />

hospitalida<strong>de</strong>? Ergamos, pois, uma casa para abrigar os<br />

pobres órfãos. A menor <strong>de</strong> suas jóias, o fecho mais simples <strong>de</strong><br />

sua capa valerá muito mais do que o terreno <strong>de</strong> que<br />

necessitamos. Aju<strong>de</strong>- me em minha obra, vamos comprar um

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