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Memórias de Padre Germano

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primavera, nem estio que não tenha como her<strong>de</strong>iro o outono,<br />

também a luz do alvorecer brilhará para ti.<br />

" Viveste 'quarenta e cinco anos' <strong>de</strong> horríveis tormentos, e<br />

foste tão forte, tão enérgico, tão <strong>de</strong>cidido para sofrer, que<br />

pagaste gran<strong>de</strong>s dívidas naquela encarnação. A energia é um<br />

gran<strong>de</strong> auxiliar para o rápido progresso do espírito; não<br />

<strong>de</strong>sfaleças, não lamentes nascer e morrer no breve prazo <strong>de</strong><br />

seis horas, quando po<strong>de</strong>s viver eternamente.<br />

"Não olhes o presente, contempla o porvir; não te apresses<br />

<strong>de</strong>mais, pois a corrida só produz cansaço e fadiga. Vá <strong>de</strong>vagar,<br />

muito <strong>de</strong>vagar, pois o modo <strong>de</strong> ser <strong>de</strong> um espírito não muda<br />

em curtos segundos. O homem se <strong>de</strong>spoja <strong>de</strong> seus vícios<br />

lentamente, não se per<strong>de</strong>m em um dia os hábitos <strong>de</strong> cem<br />

séculos. Espera, reflete e confia em uma nova época não muito<br />

distante em que encarnarás na Terra e terás uma família que te<br />

ame. Os quarenta e cinco anos <strong>de</strong> teu martírio na índia<br />

merecem uma trégua <strong>de</strong> algumas horas <strong>de</strong> repouso, e tu as<br />

terás.<br />

"E tu, cenobita 14 envolvido na humil<strong>de</strong> túnica <strong>de</strong> uma mulher,<br />

poeta <strong>de</strong> outros tempos, cantor aventureiro que fugiste do lar<br />

doméstico porque não compreendias os direitos e os <strong>de</strong>veres<br />

dos gran<strong>de</strong>s sacerdotes do progresso, mendigas hoje um olhar<br />

carinhoso; olha em volta e vê como nascem as gerações,<br />

enquanto tu, planta estéril, não pu<strong>de</strong>ste beijar a fronte <strong>de</strong> uma<br />

criança, dizendo: 'Meu filho!'<br />

"Trabalha em tua profunda solidão; busca na contemplação<br />

da natureza o complemento <strong>de</strong> tua pobre vida, já que não tens<br />

um ser íntimo a quem contemplar. Mas a mesma coisa que<br />

disse a Wilfredo digo a ti: não <strong>de</strong>sfaleças; embora sejas pobre<br />

como as folhas secas, po<strong>de</strong>s trabalhar e chegar a possuir uma<br />

riqueza fabulosa. Ninguém po<strong>de</strong> se chamar <strong>de</strong> pobre tendo o<br />

infinito como patrimônio. Tu o tens também, avança. Espíritos<br />

amantes do progresso te cercam solícitos. Navega no mar da<br />

vida sem temor algum, que a vitória será para ti, como para<br />

todos os que trabalham na vinha da civilização universal.<br />

14 Nota da editora: Cenobita - monge que leva a vida em comum com<br />

outros, em oposição ao anacoreta.

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