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Memórias de Padre Germano

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<strong>de</strong>spertou uma alma adormecida. Eu posso fazer sua felicida<strong>de</strong><br />

e a farei; vai em paz.<br />

Elina olhou para mim com esse êxtase com que olham as<br />

virgens, que, apesar <strong>de</strong> estar na Terra, recordam o céu, e,<br />

ro<strong>de</strong>ando minha cabeça com seus braços, disse-me com voz<br />

vibrante:<br />

<strong>Padre</strong>, bendito seja! O senhor, sim, é que me <strong>de</strong>u a saú<strong>de</strong>.<br />

A saú<strong>de</strong> das almas, minha filha, é o amor correspondido.<br />

Amas e és amada; eu te prometo que realizarás teus sonhos, e<br />

minha promessa é água <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> para teu espírito. Confia em<br />

Deus, no mancebo dos negros olhos e em mim. Sorri feliz, que<br />

terás dias <strong>de</strong> sol em tua vida.<br />

Elina partiu e eu fiquei um longo tempo na Fonte da Saú<strong>de</strong>,<br />

pois precisava me preparar para um novo sacrifício.<br />

Sem dúvida vocês recordarão que, entre os seres a quem<br />

amparei em minha vida, um <strong>de</strong>les foi um menino, filho <strong>de</strong> uma<br />

mendiga que morreu ao dá-lo à luz. Eu o acolhi, <strong>de</strong>ixei-o em<br />

po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> uns al<strong>de</strong>ãos, e três anos<br />

rAUKt VJtKIVIAiN*J<br />

<strong>de</strong>pois voltei para buscá-lo e o entreguei aos pais <strong>de</strong> Maria<br />

para que tivesse uma família carinhosa.<br />

Não passava dia sem que André fosse me ver. Espírito<br />

simples e agra<strong>de</strong>cido, cresceu tranqüilo e completou 17 anos<br />

sem que uma nuvem <strong>de</strong> tristeza embaçasse sua fronte. Várias<br />

vezes me havia dito:<br />

<strong>Padre</strong>, quero ser sacerdote como o senhor, e, quando <strong>de</strong>ixar<br />

<strong>de</strong> existir, eu o substituirei, e todos na al<strong>de</strong>ia me amarão.<br />

Não, filho - dizia-lhe eu quero que te cases, que tenhas uma<br />

família, que teus filhos fechem meus olhos. Quero vê-los<br />

brincar <strong>de</strong> cavalinho com meu báculo, quero que vivas, pois eu<br />

não vivi.<br />

É que não gosto <strong>de</strong> nenhuma mulher - replicava André<br />

simplesmente.<br />

Vai gostar <strong>de</strong> alguma, meu filho; és muito novo ainda.

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