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Memórias de Padre Germano

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obras das gran<strong>de</strong>s almas perfumam-se os ambientes imensos<br />

da basiica da Criação.<br />

Senhor, inspira-me! Se eu for pelo mau caminho, apieda-te<br />

<strong>de</strong> mim, porque meu único <strong>de</strong>sejo é adorar-te na Terra,<br />

amando e protegendo meus semelhantes e continuar amandote<br />

em outros mundos, on<strong>de</strong> as almas, por suas virtu<strong>de</strong>s,<br />

estejam mais perto <strong>de</strong> ti.<br />

Estou aturdido, a reprovação geral se levanta contra mim.<br />

SÓ dois seres me bendizem nesta ocasião. Perdoa-me,<br />

Senhor, se fui culpado! Mas para que duvidar? Se tu estás<br />

comigo! Tu não queres templos <strong>de</strong> pedra, porque tu tens teu<br />

templo na consciência do homem! Por mim não te haveriam <strong>de</strong><br />

erigir uma soberba abadia on<strong>de</strong> algumas mulheres teriam<br />

rezado por costume, e algumas <strong>de</strong>las teriam te acusado <strong>de</strong><br />

injusto porque em teu nome as haveriam sacrificado no mais<br />

maravilhoso <strong>de</strong> sua juventu<strong>de</strong>.<br />

Conventos! Conventos, antessalas dos sepulcros! Em<br />

vossos claustros se vive sem viver. E Deus criou a Terra para<br />

todos os Seus filhos! Eu recordo minha infância. Vejo em<br />

minha mente os monges silenciosos, cadáveres galvanizados,<br />

múmias insepultas, e sinto frio na alma, muito frio. Nos<br />

conventos, quando se cumpre o que prescreve a or<strong>de</strong>m<br />

monástica, vive-se contrariando a lei natural. Quando se<br />

quebram os votos é preciso enganar o mundo e faltar ao<br />

juramento contraído? Nunca prometa o homem mais que aquilo<br />

que racionalmente possa cumprir.<br />

Minha cabeça ar<strong>de</strong>; as i<strong>de</strong>ias em violenta ebulição parece<br />

que querem quebrar o estreito mol<strong>de</strong> <strong>de</strong> meu cérebro. Eu<br />

preciso me ver, preciso ver traçado no papel meu pensamento,<br />

e tu, manuscrito querido, serás meu confi<strong>de</strong>nte. Eu te direi por<br />

que sofro, eu te contarei como no retiro <strong>de</strong> minha al<strong>de</strong>ia as<br />

lutas da vida me perseguem.<br />

Há vinte anos, vieram me buscar para ouvir a confissão <strong>de</strong><br />

um jovem nobre, o opulento barão <strong>de</strong> G., que estava próximo<br />

da morte. Quando entrei no aposento do moribundo, uma dama<br />

ricamente vestida estava ajoelhada ao pé do leito. O doente, ao<br />

me ver, disse com voz imperiosa:

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