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Memórias de Padre Germano

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sepultura. Ninguém o amou, ninguém o quis, ninguém teve<br />

compaixão por aquele <strong>de</strong>safortunado. Não pô<strong>de</strong> recordar o<br />

beijo <strong>de</strong> sua mãe, nem a proteção <strong>de</strong> seu pai. Nasceu entre<br />

abrolhos, cresceu entre espinhos, morreu em meio a dores<br />

agudíssimas.<br />

"Como é ruim ser ruim!<br />

"Como é bom ser bom!<br />

"O herói <strong>de</strong> nossa história, que chamaremos <strong>de</strong> Wilfredo,<br />

<strong>de</strong>pois daqueles "quarenta e cinco anos" <strong>de</strong> irresistíveis<br />

tormentos teve várias en- carnações e em todas elas morreu<br />

no mar, que foi on<strong>de</strong> cometeu todos os seus crimes, on<strong>de</strong><br />

adquiriu maiores responsabilida<strong>de</strong>s. Agora, pela lei natural, tem<br />

que escolher pais sem coração ou dominados por circunstâncias<br />

<strong>de</strong>sfavoráveis, que influem po<strong>de</strong>rosamente no <strong>de</strong>stino<br />

adverso <strong>de</strong> Wilfredo, que sempre se propõe a lutar e vencer,<br />

mas que nem sempre consegue. E essa contrarieda<strong>de</strong> entra<br />

em sua expiação, porque o espírito <strong>de</strong>cidido a sofrer quase se<br />

regozija no martírio. Mas esse prazer Wilfredo não po<strong>de</strong> ter em<br />

todas as suas vidas. Por isso sua vida se trunca em seus<br />

primeiros anos, e ultimamente nem um dia lhe tem sido<br />

permitido permanecer na Terra, contratempo que hoje lamenta<br />

porque quer avançar e não avança tudo que <strong>de</strong>seja. Jogou no<br />

mar tantas crianças que o estorvavam em suas viagens que é<br />

justo, muito justo, que sucumba nas ondas aquele que não<br />

escutou os rogos e os lamentos das mães <strong>de</strong>soladas."<br />

Então, se é justo que assim suceda - refletimos a mulher<br />

que o jogou longe <strong>de</strong> si não <strong>de</strong>ve ter muita responsabilida<strong>de</strong>.<br />

Se há fatos que fatalmente têm que acontecer, é preciso que<br />

haja seres que os executem.<br />

Isso não existe, cometes um erro gravíssimo, pois o mal<br />

nunca é necessário. Porque o mal não é a lei da vida. A lei<br />

eterna é o bem, e para que um ser morra não é indispensável<br />

que haja assassinos. O homem morre por si só quando tem<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> morrer, e, quando <strong>de</strong>ve se salvar, mesmo que<br />

se encontre no meio dos maiores perigos, salva-se<br />

milagrosamente, como dizem uns; provi<strong>de</strong>ncialmente, como<br />

afirmam outros; casualmente, como acredita a maioria. Não

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