09.05.2013 Views

Memórias de Padre Germano

Memórias de Padre Germano

Memórias de Padre Germano

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Os presos!<br />

Irmãos meus, vamos nos ocupar hoje dos seres mais<br />

infelizes que há na Terra. Sabem quais são? Os presos. O<br />

espírito, só <strong>de</strong> vir a este planeta, já vem con<strong>de</strong>nado a saldar<br />

contas atrasadas. E se, além <strong>de</strong> sua expiação e sua prova,<br />

redobra seu cativeiro cometendo novas faltas que atraem sobre<br />

o culpado o castigo da lei, aquele pobre espírito se torna duas<br />

vezes prisioneiro. Se julgava a Terra pequena para seus<br />

<strong>de</strong>sejos, <strong>de</strong> repente se vê privado <strong>de</strong> ar e <strong>de</strong> luz; se sentia<br />

pesado o corpo material a que estava unido, aumenta seu peso<br />

com as enormes correntes que tem <strong>de</strong> arrastar. Se a pobreza o<br />

angustia, aumenta sua indigência, porque seu alimento é<br />

escasso e <strong>de</strong> substâncias sem qualida<strong>de</strong>. Se existe neste<br />

mundo o máximo da dor, sem sombra <strong>de</strong> dúvida está<br />

reservado para os presos. Tudo que lhes disser é pálido; é<br />

necessário ter sido preso para saber medir o profundo abismo<br />

no qual se lança o homem, algumas vezes por sua própria<br />

vonta<strong>de</strong>, outras impelido pela ignorância ou dominado por<br />

adversas circunstâncias, filhas <strong>de</strong> diversas causas, cujo<br />

resultado sempre é fatal.<br />

Entre os gran<strong>de</strong>s problemas sociais que há que resolver na<br />

Terra, o primeiro <strong>de</strong> todos é a questão da subsistência. Em<br />

todas as épocas houve ricos muito ricos e pobres muito pobres.<br />

Estes últimos, por razão natural, odiaram os ricos e disseram<br />

em todos os tons da escala musical que a proprieda<strong>de</strong> é um<br />

roubo. Po<strong>de</strong>m esperar-se todos os crimes do homem que vive<br />

carecendo <strong>de</strong> tudo, e como são muitos que vivem sem<br />

<strong>de</strong>sfrutar nem o menor prazer da vida, todos esses <strong>de</strong>serdados<br />

são outros tantos instrumentos que po<strong>de</strong>m ser empregados no<br />

mal. Isso não quer dizer que os gran<strong>de</strong>s soberanos não<br />

tenham cometido crimes, e horríveis alguns <strong>de</strong>les. Mas<br />

<strong>de</strong>vemos acrescentar ao provérbio que, se a ociosida<strong>de</strong> é a<br />

mãe <strong>de</strong> todos os vícios, o <strong>de</strong>sespero é o pior conselheiro que o<br />

homem po<strong>de</strong> ter. A fome nos irrita, a se<strong>de</strong> nos enlouquece, e<br />

<strong>de</strong> um louco po<strong>de</strong>mos esperar todas as loucuras. Os furtos e<br />

os homicídios que são além <strong>de</strong> atos <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>ira loucura? Os<br />

criminosos são <strong>de</strong>mentes, infelizes, alienados cuja doença<br />

nunca foi estudada e, por conseguinte, não po<strong>de</strong> ser

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!