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Memórias de Padre Germano

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eve conhecerás uma mulher muito boa que não usa hábito<br />

negro e que te amará como a uma terna irmã. Em poucos<br />

minutos a conhecerás, pois todas as tar<strong>de</strong>s ela vem regar o<br />

jardim.<br />

Assim foi. Maria chegou e em breves palavras a informei do<br />

que havia acontecido, e a nobre jovem abraçou Angelina com<br />

tanto carinho e lhe falou com tanta ternura que a pobre menina<br />

dizia: "Meu Deus! Se estou<br />

sonhando, não quero acordar'! Mas, por fim, convenceu-se<br />

<strong>de</strong> que não estava sonhando quando Maria a levou a sua casa,<br />

que era on<strong>de</strong> Angelina <strong>de</strong>via ficar até que eu realizasse meu<br />

plano.<br />

Sem perda <strong>de</strong> tempo, fui imediatamente, acompanhado <strong>de</strong><br />

Rodolfo, à cida<strong>de</strong> vizinha e pedi para falar em sigilo com o pai<br />

<strong>de</strong> Angelina, homem nobre e infeliz que havia tido a fraqueza<br />

<strong>de</strong> amar a con<strong>de</strong>ssa com esse amor que só se sente uma vez<br />

na vida. Mas sua paixão nunca teve correspondência, porque a<br />

con<strong>de</strong>ssa era uma mulher sem alma e sem coração; meretriz<br />

com pergaminhos, que são as piores meretrizes.<br />

O marquês me conhecia, porque é amigo íntimo <strong>de</strong> Rodolfo,<br />

e fora ele, po<strong>de</strong>-se dizer, quem aconselhou a este último que<br />

fosse para a al<strong>de</strong>ia começar uma nova vida.<br />

Quando me viu, o marquês se surpreen<strong>de</strong>u um pouco. E<br />

muito mais quando lhe disse:<br />

Preciso <strong>de</strong> vós durante algum tempo.<br />

De mim?<br />

Sim, <strong>de</strong> vós. Pedi licença ao soberano, se é que estais em<br />

serviço ativo.<br />

Não preciso pedir. Há mais <strong>de</strong> um ano, por estar doente,<br />

viajo a meu bel-prazer. Se vós <strong>de</strong> mim necessitais, continuarei<br />

viajando.<br />

Sim, continuareis viajando, e se pu<strong>de</strong>r ser para fora do<br />

reino, melhor. Vou confiar a vós a custódia <strong>de</strong> urna jovem que<br />

tem inimigos po<strong>de</strong>rosos; querem que ela professe, mas ela<br />

prefere a morte a enclausurar-se em um convento. De modo

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