09.05.2013 Views

Memórias de Padre Germano

Memórias de Padre Germano

Memórias de Padre Germano

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

mesma idéia; cada um <strong>de</strong>les <strong>de</strong>ve ter tido motivo diferente. Não<br />

existe um homem que se pareça a outro homem, pois cada<br />

i /\I/IVI. vjciunAnu<br />

ser é uma individualida<strong>de</strong>. Por que a lei tem <strong>de</strong> ser tão<br />

cega? Por que não estuda nesses seres que tanto se prestam<br />

ao estudo?"<br />

Consegui meu intento e entrei na fortaleza, on<strong>de</strong> tinha<br />

permissão para permanecer por quinze dias. Uma parte do<br />

castelo era habitada por cinqüenta penitentes, outra servia <strong>de</strong><br />

classe preparatória a cem neófitos da or<strong>de</strong>m, e os<br />

subterrâneos serviam <strong>de</strong> prisão preventiva a todos os acusados<br />

daquele entorno, on<strong>de</strong> não era permitido visitar os réus.<br />

Seus familiares só os viam um dia antes <strong>de</strong> saírem para<br />

cumprir a pena.<br />

Fui muito bem recebido pelos primeiros chefes da or<strong>de</strong>m,<br />

pois ainda não havia me revelado; ainda pensavam que eu<br />

serviria <strong>de</strong> instrumento para seus planos satânicos. E me<br />

conduziram à biblioteca, entregando-me a lista do mais curioso<br />

que aquele templo da ciência encerrava. Em uma cela próxima<br />

daquele santuário do saber humano <strong>de</strong>ram-me confortável<br />

alojamento, acompanhado <strong>de</strong> um penitente que era o chaveiro<br />

das prisões. Na época, havia poucos empregados nas prisões.<br />

Os presos estavam <strong>de</strong> tal maneira que podiam ser <strong>de</strong>ixados<br />

sozinhos sem medo <strong>de</strong> que fugissem.<br />

Como minha idéia principal era visitar os presos, comecei<br />

tentando ganhar a confiança do monge chaveiro, mas logo me<br />

convenci <strong>de</strong> que nada conseguiria. Porque, embora seus olhos<br />

me fizessem revelações, sua boca emu<strong>de</strong>cia selada pelo<br />

medo. Ele me tratava com afeto, mas se fechava e se trancava<br />

no mais profundo silêncio. Só aquele homem penetrava<br />

aqueles imensos subterrâneos; ninguém mais tinha permissão<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>scer à cripta on<strong>de</strong> os homens eram enterrados vivos.<br />

Estando eu certa noite entregue à meditação, meu<br />

companheiro se levantou pausadamente e se aproximou <strong>de</strong><br />

meu leito. Vi que estava com os olhos abertos, mas fixos,<br />

imóveis. Depois, abriu um armário, ajeitou alguns papéis,<br />

sentou-se, rezou várias orações com voz muito fraca e voltou

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!