09.05.2013 Views

Memórias de Padre Germano

Memórias de Padre Germano

Memórias de Padre Germano

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

muito ingratos se esquecêssemos o inefável consolo que nosso<br />

espírito encontrou naquele lugar.<br />

Quantas vezes chegamos àquele lugar lamentando as<br />

misérias humanas e, ao <strong>de</strong>ixá-lo, sorrimos gozosos,<br />

murmurando com íntima satisfação:<br />

- Como é bonito viver quando se confia em nosso progresso<br />

in<strong>de</strong>finido e se ama a verda<strong>de</strong> suprema, a eterna luz!<br />

A<strong>de</strong>us, humil<strong>de</strong> casinha! Praia tranqüila! Ondas envolvidas<br />

em nevada espuma! Rochas cobertas com seu manto <strong>de</strong> algas!<br />

A<strong>de</strong>us! A<strong>de</strong>us!<br />

Amalia Domingo y Soler Gracia, 12 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1884.<br />

11 Nota da tradutora: Poema Canción <strong>de</strong> la muerte, <strong>de</strong><br />

José <strong>de</strong> Espronceda (1810-1842), poeta espanhol.<br />

(...) Ilha eu sou do repouso em meio ao mar da vida e o<br />

marinheiro ali esquece a tempesta<strong>de</strong> que passou. Ali convidam<br />

ao sonho águas puras sem murmúrio, ali se dorme ao arrulho<br />

<strong>de</strong> uma brisa sem rumor.<br />

Sou melancólico chorão-salgueiro<br />

que sua ramagem dolente<br />

inclina sobre a fronte<br />

que enruga o pa<strong>de</strong>cer;<br />

e adormece o homem e suas têmporas<br />

com fresco sumo ume<strong>de</strong>ce, enquanto a asa sombria<br />

bate o esquecimento sobre ele.<br />

Sou a virgem misteriosa dos últimos amores, e ofereço um<br />

leito <strong>de</strong> flores sem espinhos nem dor. e amante dou meu<br />

carinho sem vaida<strong>de</strong> nem falsida<strong>de</strong>: não dou prazer nem<br />

alegria, mas é eterno meu amor.<br />

Em mim a ciência emu<strong>de</strong>ce, em mim termina a dúvida, e<br />

árida, clara e nua ensino eu a verda<strong>de</strong>; e da vida e da morte ao<br />

sábio mostro o arcano quando por fim abre minha mão a porta<br />

à eternida<strong>de</strong>.<br />

(...)Feche minha mão piedosa teus olhos ao brando sonho e<br />

encharque suave meimendro tuas lágrimas <strong>de</strong> dor. Eu

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!