Letras Vernáculas - EAD - Uesc
Letras Vernáculas - EAD - Uesc
Letras Vernáculas - EAD - Uesc
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Sintaxe da Língua Portuguesa<br />
Em The logical structure of linguistic<br />
theory (1955) Chomsky<br />
divulga, na verdade, o seu trabalho<br />
de mestrado e doutorado. Conforme<br />
Borges (2007, p. 98), “o livro não<br />
conseguiu despertar o interesse dos<br />
editores e permaneceu arquivado sob<br />
a forma de microfilme até sua publicação<br />
em 1975, já então apenas com<br />
valor histórico”. Foi a partir de Syntactic<br />
Structure (1957), obra em<br />
que o autor reuniu notas de um curso<br />
que ministrou no MIT (Instituto de<br />
Tecnologia de Massachussets), que as<br />
ideias de Chomsky começaram a ser<br />
disseminadas entre os linguistas.<br />
Mary Aizawa Kato é professora da<br />
Unicamp (SP), considerada uma das<br />
linguistas mais conhecidas do Brasil,<br />
na área de sintaxe gerativa. Dentre as<br />
suas obras, destacam-se: A semântica<br />
gerativa e o artigo definido (1974);<br />
A concepção da escrita pela criança<br />
(1992); Português brasileiro: uma<br />
viagem diacrônica (em co-autoria<br />
com Ian Roberts) (1996); No mundo<br />
da escrita (1998); O aprendizado da<br />
leitura (2002); entre outras.<br />
Gramática Gerativa: fundamentos básicos de um modelo chamado de principios e parâmetros<br />
que está em desenvolvimento desde o ano de 1995 até o<br />
presente momento (BORGES, 2007).<br />
Interessante seria você conhecer detalhadamente<br />
cada uma dessas propostas. No entanto, é impossível<br />
apresentá-las em uma única disciplina. Por isso, nesta, em<br />
particular, você terá a oportunidade de conhecer, pelo menos<br />
um pouquinho, das contribuições que esse autor já<br />
apresentou para os estudos linguísticos, particularmente<br />
para os estudos de sintaxe.<br />
Assim, dando seguimento ao que você viu na aula<br />
passada, nesta conhecerá alguns dos fundamentos do terceiro<br />
modelo, o chamado princípios e parâmetros. A partir<br />
dele, muitos trabalhos, sobretudo na área de sintaxe, foram<br />
desenvolvidos com o propósito de explicar particularidades<br />
das línguas. Além disso, esse modelo “provocou um<br />
renascimento do interesse pelo desenvolvimento da sintaxe<br />
infantil. A avalanche de trabalhos (...) em várias línguas<br />
mostra as possibilidades empíricas do modelo e sua capacidade<br />
de retroalimentar a própria teoria sintática” (KATO,<br />
1995, p. 69).<br />
2 MODELO DE PRINCÍPIOS E PARÂMETROS: PRESSU-<br />
POSTOS BÁSICOS<br />
Você se lembra que, na aula anterior, falamos que a criança,<br />
quando nasce, já vem dotada da Gramática Universal (GU), que é<br />
considerada uniforme para toda a espécie humana. No entanto, você<br />
sabe que são muitas as línguas existentes no mundo. Como explicar,<br />
então, a diversidade das línguas a partir de um modelo que tem o<br />
pressuposto básico de que a linguagem é uma faculdade inata, representada<br />
por meio de uma GU? Este questionamento motiva o autor<br />
da teoria gerativa a reformular algumas concepções e propor, a partir<br />
da década de 80, um novo modelo teórico cujo propósito é dar conta<br />
da diversidade das línguas. A propósito disso, Raposo (1992, p. 47)<br />
destaca:<br />
O problema central que se coloca na construção de<br />
uma Gramática Universal adequada é o de conciliar<br />
a diversidade das línguas com o caminho rígido e<br />
altamente específico tomado pelo desenvolvimento<br />
das gramáticas individuais na base de dados<br />
primários limitados. A Gramática Universal tem<br />
de ser suficientemente flexível para acomodar a<br />
110 Módulo 4 I Volume 2 <strong>EAD</strong>