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Letras Vernáculas - EAD - Uesc

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Sintaxe da Língua Portuguesa<br />

A análise em constituintes<br />

imediatos foi esboçada,<br />

inicialmente, por Bloomfiel<br />

(1933, apud Ruwet, 1975, p.<br />

100), que também complementa:<br />

A originalidade da análise<br />

em constituintes<br />

imediatos está, primeiro,<br />

em ter sistematizado<br />

as formulações tradicionais.<br />

A estrutura<br />

de cada frase, por mais<br />

complexa que seja, é aí<br />

representada sob a forma<br />

de uma construção<br />

hierarquizada de elementos<br />

encaixados uns<br />

nos outros, sob a forma<br />

de uma espécie de pirâmide.<br />

Esse tipo de análise, a de<br />

constituintes imediatos, deu<br />

origem à chamada gramática<br />

sintagmática, cujo principal<br />

pressuposto é: “uma frase<br />

não é representada simplesmente<br />

por uma seqüência de<br />

elementos mas por um conjunto<br />

de seqüências” (RUWET,<br />

1975, p. 121).<br />

A organização e a constituição das sentenças: aprendendo a “plantar árvores” - Parte I<br />

2 OS CONSTITUINTES SINTÁTICOS: REPRESENTA-<br />

ÇÕES EM “ÁRVORES”<br />

Para representar ao mesmo tempo a decomposição de<br />

uma frase em constituintes e a relação entre eles, Chomsky<br />

(1975) propõe a chamada “representação em árvore”. Segundo o<br />

autor, por meio de tal representação é possível<br />

(...) mostrar que os elementos que constituem<br />

as frases se escalonam em sucessivos níveis de<br />

organização que exibem entre si uma relação de<br />

dependência. As frases não são assim apenas (...)<br />

uma soma de elementos linearmente dispostos,<br />

mas uma estruturação desses elementos em<br />

vários degraus de complexidade progressiva (p.<br />

12).<br />

Para Ruwet (1975, p. 103), a representação em “árvore”<br />

possibilita fornecer “a descrição estrutural de uma frase tal como<br />

ela é concebida na análise de constituintes imediatos”. Esse<br />

autor substitui o termo “árvore” por “indicador sintagmático”, esclarecendo:<br />

Este termo indica de modo suficiente que, na<br />

análise em constituintes imediatos, o essencial<br />

de uma descrição estrutural consiste em mostrar<br />

como uma frase se decompõe em sintagmas,<br />

e como estes, por sua vez, se decompõem<br />

em unidades menores. Reciprocamente, um<br />

indicador sintagmático permite descrever a<br />

estrutura de uma seqüência de morfemas (de<br />

elementos terminais) (p. 104).<br />

Sejam os constituintes representados por árvores ou indicadores<br />

sintagmáticos, o que essas representações nos mostram<br />

é que, do ponto de vista sintático, as sentenças não são muito diferentes<br />

uma das outras, como nos faz pressupor, por exemplo, a<br />

abordagem tradicional. As representações são, na verdade, “uma<br />

tentativa de explicitar certas intuições que os falantes de uma língua<br />

têm a respeito da subdivisão das frases dessa língua” (PERI-<br />

NI, 1985, p. 47). No dizer do próprio Chomsky (1975), a análise<br />

dos constituintes nos permite entender como uma sequência de<br />

palavras se agrupa para constituir unidades “que, por seu turno,<br />

se vão associar a outras unidades para com elas formarem novos<br />

constituintes mais elevados, e assim sucessivamente até se alcançar<br />

o constituinte máximo que é a frase” (p. 12).<br />

162 Módulo 4 I Volume 2 <strong>EAD</strong>

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