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Letras Vernáculas - EAD - Uesc

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Sintaxe da Língua Portuguesa<br />

Gramática Gerativa: fundamentos epistemológicos básicos<br />

Essa gramática que agora você já começa entender, segundo<br />

Chomsky, em seu estágio inicial, isto é, logo quando a criança nasce,<br />

é chamada de Universal (doravante Gramática Universal - GU), pois<br />

é considerada uniforme em relação a toda espécie humana. Isto significa<br />

dizer que toda criança que nasça em qualquer parte do mundo,<br />

esteja ela em qualquer contexto linguístico, sob influência de qualquer<br />

condição socioeconômica, apresenta um único modelo de “gramática”,<br />

cujo desenvolvimento e maturação vão ocorrendo à medida<br />

que a criança vai sendo exposta a um determinado ambiente linguístico,<br />

resultando, assim, uma gramática particular na mente de cada<br />

indivíduo, neste caso, a língua-I (língua como algo interno à mente,<br />

referindo-se à competência do falante), correspondendo ao estágio<br />

final da aquisição de uma língua.<br />

Em outras palavras, a criança que tem contato com o português,<br />

por exemplo, o chamado input, vai escolher as regras (a partir<br />

da GU) que se aplicam de fato a essa língua. Com essa escolha, ela<br />

produzirá o chamado output, que é resultante, portanto, da interação<br />

entre a língua que é falada ao seu redor e da manifestação da<br />

GU. Essa ideia é representada pelo esquema a seguir, adaptado de<br />

Mioto et al (1999, p. 36):<br />

input → GU → output<br />

Conforme esse pressuposto, a criança deduz a gramática<br />

da língua particular da sua comunidade (português, inglês, francês,<br />

japonês, por exemplo) a partir do input, o que a leva a selecionar<br />

aquelas regras que podem ser aplicadas à língua que está sendo<br />

adquirida, bem como descartar aquelas regras que não têm função<br />

nessa língua. Trata-se de uma “filtragem” do input através da GU. É<br />

essa filtragem que vai determinar a formatação da língua-I.<br />

2.2 Gramática interiorizada: evidências<br />

A essa altura, você deve perguntar: quais são as evidências<br />

que justificam a existência desse dispositivo chamado de “gramática”,<br />

que permite ao falante representar uma língua? Pois bem, a<br />

principal delas é nomeada de “problema lógico” ou “Dilema de Platão”<br />

(cf. CHOMSKY, 1986), que pode ser resumido assim:<br />

Como pode, num tempo relativamente curto, uma<br />

Conforme Mioto et al<br />

(1999, p. 35),<br />

(...) em termos lingüísticos<br />

é bastante<br />

complicado falar em<br />

produto ou estágio final<br />

do conhecimento.<br />

Assim, é mais plausível<br />

admitir-se que a gramática<br />

atinja um estágio<br />

de estabilização<br />

que seria considerado,<br />

então, como o estágio<br />

em que a criança apresenta<br />

uma gramática<br />

próxima do adulto.<br />

Vale, contudo, lembrar<br />

que esse conhecimento<br />

é a Língua-I e sua<br />

medida é ‘individual’,<br />

ou seja, não há a<br />

pressuposição de que<br />

a gramática da criança<br />

seja igual àquela dos<br />

adultos de quem recebeu<br />

o input.<br />

97 Módulo 4 I Volume 2 <strong>EAD</strong>

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