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Letras Vernáculas - EAD - Uesc

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Sintaxe da Língua Portuguesa<br />

Sobre a especificação de GRAMÁ-<br />

TICA, vale destacar aqui a opinião<br />

de Neves (2008, p. 29):<br />

Toda vez que se fala em ‘gramática’<br />

é necessário especificar-se<br />

muito claramente de<br />

que é que se está falando,<br />

exatamente. É possível ir desde<br />

a idéia de gramática como<br />

‘mecanismo geral que organiza<br />

as línguas’ até a idéia de<br />

gramática como ‘disciplina’,<br />

e, neste último caso, não se<br />

pode ficar num conceito único,<br />

sendo necessária uma incursão<br />

por múltiplas noções,<br />

já que são múltiplos os tipos<br />

de ‘lições’ que uma gramática<br />

da língua pode fornecer.<br />

Em outras palavras, você precisa<br />

ter muito clara a noção do que<br />

seja GRAMÁTICA, dadas as diferentes<br />

perspectivas teóricas (seja<br />

de um modelo normativo, seja de<br />

um não-normativo) que temos a<br />

nossa disposição para explicarmos<br />

os fatos de uma língua.<br />

Sintaxe: objeto de estudo e perspectiva gramatical<br />

e explicar as regras para a formação das sentenças é, portanto, um<br />

dos principais objetivos dessa disciplina, caracterizada como um dos<br />

componentes da GRAMÁTICA, que põe à disposição do falante um<br />

conjunto de regras que o habilitam “a produzir frases ou seqüências<br />

de palavras de maneira tal que essas frases e seqüências são compreensíveis<br />

e reconhecidas como pertencendo a uma língua” (POS-<br />

SENTI, 1998, p. 69).<br />

3 AFINAL, DE QUAL GRAMÁTICA E DE QUAIS<br />

REGRAS ESTAMOS FALANDO?<br />

A essa altura do curso, certamente, você já sabe<br />

que, quando falamos em GRAMÁTICA, não necessariamente<br />

devamos pensar em gramática normativa, aquele<br />

compêndio que apresenta um “conjunto de regras<br />

que devem ser seguidas” (POSSENTI, 1998, p. 64).<br />

Para esta gramática, a regra é concebida como uma<br />

lei, que deve ser obedecida. Se o falante a usa, ele é<br />

considerado “um bom falante”, pois obedece às normas<br />

prescritas para o bem falar e escrever. Conforme Travaglia<br />

(2000), essa gramática dita<br />

(...) normas para a ‘correta’ utilização<br />

oral e escrita do idioma, prescreve o<br />

que se deve e o que não se deve usar<br />

na língua. Essa gramática considera<br />

apenas uma variedade da língua como<br />

válida, como sendo a língua verdadeira<br />

(...) é mais uma espécie de lei que<br />

regula o uso da língua em sociedade<br />

(p. 30-31).<br />

Infelizmente, em nossa tradição escolar, vigora essa concepção<br />

de gramática. Por exemplo, saber sintaxe implica em reconhecer:<br />

todas as classes gramaticais e funções sintáticas das palavras; todas<br />

as regras de colocação dos termos na oração; todas as regras responsáveis<br />

pela concordância e regência (verbal e nominal); todos os<br />

tipos de sentenças (coordenadas e subordinadas); todas as figuras de<br />

sintaxe... Enfim, o “bom falante” da língua portuguesa tem de saber<br />

tudo isso e muito mais!!!<br />

Todavia, você tem conhecimento de que muitos falam uma<br />

língua sem nunca mesmo ter frequentado um banco escolar. E, se<br />

falam, é porque sabem muito bem o que seja “regra”, um aspecto<br />

24 Módulo 4 I Volume 2 <strong>EAD</strong>

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