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miolo anais final 25cm:miolo anais final 25cm - Fundação Biblioteca ...

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<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 104<br />

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12 – Em As culturas negras no Brasil (1936) – contribuição de Ramos ao ciclo de conferências<br />

sobre etnografia, organizado por Dinah Lévi-Strauss no Departamento<br />

Municipal de Cultura de São Paulo em 1936 – e As culturas negras no Novo Mundo<br />

(1937), Ramos explicita as bases do que chamei “conversão” (à antropologia) (Cunha,<br />

1999). Nesses textos, suas leituras e correspondência com intelectuais norte-americanos<br />

e latino-americanos o influenciam na adoção da noção de “aculturação” nas análises sobre<br />

cultura e religiosidade negra nas Américas, sob uma perspectiva comparativa.<br />

13 – Essa definição é claramente problemática. A natureza do que chamo material etnográ -<br />

fico não está estabelecida a priori. Entretanto, apresenta-se, quase sempre, em seu estado<br />

bruto ou, ainda, não foi objeto de uma reflexão mais acabada e conclusiva, presente nos<br />

artigos e livros que dela resulta. Por outro lado, parece conter reflexões inscritas e sujei -<br />

tas a posteriori reinterpretação.<br />

14 – Inspirado pelas análises de Ricouer, James Clifford sistematiza três formas distintas,<br />

mas profundamente interligadas, na produção de conhecimento antropológico que<br />

resultam do trabalho etnográfico (1990). A transcrição de um fenômeno vivenciado.<br />

15 – Chamo atenção que essa releitura parece ter sido experimentada pelo próprio Ramos<br />

durante a confecção de seu curriculum vitae (1945) e coleta e organização de seu arquivo<br />

pessoal, bem como ressaltada em alguns trabalhos de autores contemporâneos que<br />

com ele conviveram. Num volume organizado em sua homenagem, o sociólogo L. A.<br />

Costa Pinto observa que essa transformação em sua obra não a isentou de problemas:<br />

“A viagem aos Estados Unidos permitira-lhe um contato mais estreito com os últimos<br />

progressos da antropologia americana, contrabalançando a influência em seu espírito dos<br />

culturalistas alemães; por outro lado, o seu psicologismo, os preconceitos antievolucionistas<br />

e um culturalismo de outro tipo arraigam-se mais profundamente no esquema<br />

conceitual com que laborava, o que nos ensejou, repetidas vezes, discrepâncias metodoló -<br />

gicas muito sérias que debatemos de público mais de uma vez ...)” (1953).<br />

16 – Há que se investigar como foram construídas as fronteiras que instituíram o campo<br />

em que Ramos investiu seu tempo e do qual foi expurgado após sua morte.<br />

17 – Da mesma forma que os encontros que constituíram as experiências etnográficas de<br />

Melville Herskovits, William Bascom, Lorenzo D. Turner, Franklin Frazier, Ruth Landes,<br />

Robert E. Park e outros, em diversas regiões do Caribe e América Latina, é inegável o<br />

papel que as viagens de estudos, exílio, intercâmbio de Fernando Ortiz, Arthur Ramos,<br />

Rómulo Lachatañéré, Aguirre Beltran, Oracy Nogueira, Fernando Romero, Idelfonso<br />

Pareda Valdés, Louis Price-Mars, Eric Williams e outros aos Estados Unidos, Inglaterra<br />

e França, durante os anos 40, teve em seus respectivos trabalhos (Cunha, 2001).<br />

18 – No mesmo momento em que Melville Herskovits capitaneava recursos de institui -<br />

ções privadas e do império americano para financiar pesquisas e intercâmbios intelectuais<br />

no Caribe e na América Latina, Eric Williams submetia à Julius Rosenwald Found.<br />

um projeto de pesquisa envolvendo a comparação da indústria do açúcar, ideologias de<br />

“raça” e capitalismo no Brasil e no Caribe. Embora aprovado, Williams repensou as rotas<br />

do seu projeto inicial, concentrando-se em alguns países caribenhos. Carta de Eric<br />

Williams a Melville Herskovits, 12 nov. 1940. Melville Herskovits Papers, Northwestern<br />

University Archives, Box 2 (de agora em diante, NWUA/MHP).<br />

19 – Sobre o Handbook, ver SHELBY, Charnion (1951). Para seguir os passos dessa<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119

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