02.08.2013 Views

miolo anais final 25cm:miolo anais final 25cm - Fundação Biblioteca ...

miolo anais final 25cm:miolo anais final 25cm - Fundação Biblioteca ...

miolo anais final 25cm:miolo anais final 25cm - Fundação Biblioteca ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 143<br />

143<br />

Jesse Owens, foi o homem mais rápido<br />

do mundo. Aquilo foi uma ofensa tão<br />

grande que Hitler não estendeu a mão para<br />

cum primentar o Jesse Owens. Cu rio sa -<br />

mente, aqui no Brasil, na revolução de<br />

São Paulo, a intelectualidade paulista ainda<br />

estava cheia desses preconceitos. Ima -<br />

ginem que, em classe, o professor Arthur<br />

Ramos criticou um intelectual famoso de<br />

São Paulo, Alfredo Ellis Júnior, que afirmava<br />

que os negros não dominavam nos<br />

Estados Uni dos, e eram mais fracos,<br />

porque o ar frio de lá penetrava pelas na -<br />

ri nas e ia logo para o pulmão e, então,<br />

eles tinham pneumonia. Curioso é que,<br />

logo em seguida a essa afirmação, saído<br />

da escola de Chicago dos boxers america -<br />

nos, um negro foi considerado o maior<br />

pu gi lista dos Estados Unidos; era o mas -<br />

sacra dor de Detroit. Olha, que em Detroit<br />

o inverno era terrível!<br />

Quer dizer, teses imbecis. Eu me lembro<br />

bem a última vez, em 1977, que fui<br />

a Washington. Estava em Chinatown, e<br />

Carta de Anísio Teixeira, na qual elogia Intro -<br />

dução à psicologia social, de Arthur Ra mos, e<br />

tece comentários sobre a impor tância que a<br />

obra poderá vir a ter na interpretação da conduta<br />

individual e coletiva. Bahia, 2 jan. 1937.<br />

olhava, na hora de abrir o comércio, aqueles verdadeiros armários humanos, aqueles<br />

negros fortões, e pensava que, se um desses homens se zangasse comigo, eu<br />

seria um homem morto. Porque eram fortíssimos.<br />

Todas as teses sem fundamento, Arthur Ramos derrubou. E trouxe à nossa<br />

consciência, pela primeira vez, aspectos para os quais a professora Luitgarde<br />

chamou atenção: nos deu noções de musicologia, noções da evolução. Isto é, base<br />

para compreensão da evolução da música negra popular que tem, cada vez mais,<br />

sucesso no mundo inteiro e que, a<strong>final</strong> de contas, influiu até nos nossos clássicos,<br />

desde o padre José Maurício a Villa-Lôbos, toda essa música que se baseou<br />

no que o povo cantava. Como as festas de carnaval, as escolas de samba, que hoje<br />

são disciplinadas, exploradas, têm, sem dúvida, o concurso importante do ritmo<br />

negro, dos trejeitos das mulatas da escola.<br />

E, também, o sincretismo religioso dos negros no Brasil, em que Ramos mostrava<br />

a justaposição de São Jorge como Ogum e por aí afora. A própria Igreja, hoje<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!