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miolo anais final 25cm:miolo anais final 25cm - Fundação Biblioteca ...

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<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 53<br />

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6 – Sobre a ênfase na política, observe-se que uma das conseqüências do II Congresso<br />

foi a criação, no mesmo ano de 1937, da União das Seitas Afro-Brasileiras, em grande<br />

medida graças à atuação de Édison Carneiro. Numa carta daquele ano, ele dizia a Arthur<br />

Ramos: “Estou vendo se consigo a liberdade religiosa dos negros.” (Em OLIVEIRA, W.F<br />

e LIMA, V. da C., 1987:152), liberdade que, no entanto, só foi juridicamente estabelecida<br />

por um decreto do governador do estado no ano de 1976. Além de ser perseguido<br />

como ‘comunista’, perseguição que persistiu até a época do golpe militar de 1964 (ver<br />

VILHENA, 1997), Édison Carneiro era irmão do jornalista e advogado, depois senador,<br />

Nelson Carneiro, inimigo declarado do então governador da Bahia, Juracy Magalhães.<br />

Ao longo de sua vida Édison Carneiro abrandaria sua posição política ao ponto de ter<br />

tido um desentendimento com um dos organizadores (além dele, Guerreiro Ramos e<br />

Abdias do Nascimento) do I Congresso do Negro Brasileiro, no Rio, em 1950. No que<br />

Abdias do Nascimento chamou de “Declaração dos ‘cientistas’ ”, Carneiro, Guerreiro<br />

Ra mos, Costa Pinto e Darci Ribeiro, entre outros, repudiavam “o acirramento de ódios<br />

e rivalidades injustificáveis entre os homens, com o ressurgimento do racismo” e afirmavam<br />

que embora o negro brasileiro “ainda conserve reminiscências africanas em certas<br />

atitudes sociais, já constitui um ser fundamentalmente brasileiro, parte da cultura nacional<br />

do Brasil”. ( NASCIMENTO, 1982:399) Sobre a ênfase na ‘africanização’ dos<br />

cultos afro-brasileiros, ver o excelente trabalho de DANTAS, 1988.<br />

7 – Dois pesquisadores que se tornariam bem conhecidos na disciplina, Claude Lévi-<br />

Strauss e Charles Wagley, estavam aqui, na mesma época em que Landes esteve, para estudar<br />

os índios do país.<br />

Sobre os pesquisadores estrangeiros, ver MASSI, F. 1989. Entre os franceses, a exceção<br />

era Roger Bastide; entre os norte-americanos, os poucos que se interessaram pela análise<br />

das relações raciais no período analisado foram para a Bahia ( F. Frazier, D. Pierson, M.<br />

Herskovits). Só mais tarde, na década de 50, com o convênio entre o Estado da Bahia<br />

e a Universidade de Columbia, sob a direção de Thales de Azevedo e Charles Wagley, é<br />

que os estudos sobre relações raciais na Bahia envolverão um número grande de<br />

pesquisadores – e, ainda assim, creio que menor do que os pesquisadores que para cá<br />

vieram estudar os grupos indígenas, como, por exemplo, os envolvidos no projeto Harvard-<br />

Brasil Central, coordenado por Roberto Cardoso de Oliveira e David Maybury-Lewis,<br />

a partir do Museu Nacional.<br />

8 – Ver a descrição de WAGLEY, Charles (1977), contemporâneo de Landes no Brasil,<br />

sobre o papel de guia exercido por D. Heloísa para ajudar os pesquisadores estrangeiros<br />

no país. Eduardo Galvão, um dos pesquisadores brasileiros que ela encaminhou para ser<br />

treinado por Wagley, referia-se a ela como mãe.<br />

9 – Em sua análise do Conselho de Fiscalização das Expedições Artísticas e Científicas<br />

no Brasil, Grupioni cita uma notícia de jornal em que se anunciava que Landes ia “pesqui -<br />

sar os índios nas tabas” e estranha o modo como o conselho lhe concedeu a licença de<br />

pesquisa: no “documento impresso estão riscados os campos ‘para exploração da região’<br />

e ‘fazer pesquisas’, que foram substituídos, respectivamente, por ‘visitar’ e ‘fazer exclusivamente<br />

estudos sociológicos’.” (GRUPIONI, 1998:79) O livro de Landes teve uma segunda<br />

edição, em 2002, pela Editora da Universidade Federal do Rio de Janeiro.<br />

10 – Seria um longo desvio acompanhar a ‘fortuna crítica’ do livro na sua íntegra:para<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119

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