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miolo anais final 25cm:miolo anais final 25cm - Fundação Biblioteca ...

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<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 74<br />

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Relações de reciprocidade redirecionaram parte substancial dessas rotas e<br />

co n du ziram os projetos dos viajantes. A viagem de Park ao Brasil em 1937, por<br />

exem plo, reafirmou o interesse do sociólogo da Universidade de Chicago em incluir<br />

o Brasil como foco de atenção dos seus seminários sobre cultura e contato<br />

racial. Para isso, tinha ao lado seu aluno Donald Pierson, responsável em cice -<br />

roneá-lo e apresentá-lo a intelectuais brasileiros. O contato entre Robert E. Park<br />

e Ramos foi viabilizado por Donald Pierson. Em carta a Ramos, Pierson incluía<br />

a viagem de Park ao Brasil dentro da política de “intercâmbio cultural”: “Concordo<br />

plena mente consigo em dizer que o Brasil e a América do Norte deve ser aumen -<br />

tado. Tenho desejo sincero de contribuir como posso a este fim. Em mez (sic) de<br />

ju lho meu grande mestre, dr. Robert E. Park, estudioso profundo em matérias<br />

de sociologia, especialmente a respeito de questões de raça. Eu lhe dei o seu<br />

endere ço, pedindo que o visitasse quando ele chegar ao Rio.” 22 Anterior a esses<br />

en contros, todavia, o envolvimento e a sintonia que havia estabelecido com os<br />

temas investigados por Melville Herskovits reconduziram as viagens e os trajetos<br />

de Ramos nos Estados Unidos. Embora manifestasse o desejo de “freqüentar os<br />

semi nários” de Park, em Chicago, e de Herskovits, em Northwestern, sua esco -<br />

lha foi determinada por outras injunções que o levariam primeiramente a Baton<br />

Rouge – para a Louisiana State University (LSU). 23 Paralelo a toda negociação<br />

em torno do pedido de bolsa de Ramos a várias fundações norte-americanas, T.<br />

Lynn Smith, responsável pelo Departamento de Sociologia Rural da LSU e envol -<br />

vido em projetos devotados à sociologia rural no Brasil, apoiado por subsídios<br />

do Departa men to de Estado norte-americano, o convidara para ministrar cursos<br />

sobre race and race relations em Baton Rouge. 24<br />

Mas não só contatos estritamente oficiais levaram Ramos aos Estados Unidos.<br />

Considerar esse aspecto, apesar da pouca ênfase que Ramos deu a essas relações,<br />

é de extrema importância para entendermos a economia política dos percursos<br />

que fez nos Estados Unidos. Ainda assim, a natureza dos contatos de caráter pessoal<br />

deve ser matizada e não necessariamente oposta aos primeiros. Desde 1936,<br />

Ramos vinha mantendo um estreito contato por meio de cartas com um profes -<br />

sor de literatura e história latino-americana da Universidade de Puerto Rico,<br />

chamado Richard Pattee. As viagens e os interesses que levaram esse obscuro personagem<br />

a realizar uma verdadeira peregrinação por alguns países americanos,<br />

ainda antes de assumir um posto no Bureau of Latin American Republics dentro<br />

do próprio Departamento de Estado, demonstram como projetos políticos e<br />

intelectuais se realimentaram nesse contexto. Pattee foi exemplo de um viajante<br />

especializado que, a partir de 1935, se lança – num primeiro momento sem apoio<br />

institucional – em um percurso transnacional em busca do que chamava estudos<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119

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