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Saúde da população negra no Brasil: contribuições para

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Experiências desiguais ao nascer, viver, adoecer e morrer:Tópicos em saúde <strong>da</strong> população <strong>negra</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> 11Fernan<strong>da</strong> Lopes – Bióloga, mestre e doutora em Saúde Públicapela Universi<strong>da</strong>de de São Paulo, pesquisadora dos gruposNepaids/CNPq e Cebrap – População e Socie<strong>da</strong>de/CNPq.Atualmente coordena o Componente Saúde do Programade Combate ao Racismo Institucional, uma parceria entre oMinistério Britânico <strong>para</strong> o Desenvolvimento Internacional(DFID), a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), oFundo <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s <strong>para</strong> o Desenvolvimento (Pnud),o Gover<strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>eiro e a Socie<strong>da</strong>de Civil.“Digo apenas não à violência, ao racismo e à pobrezana certeza que esta vi<strong>da</strong> vai mu<strong>da</strong>r ou não vai continuar...”(Mag<strong>no</strong> Souza e Maurílio de Oliveira)1. Falando de saúde, doença e vulnerabili<strong>da</strong>desAs vias pelas quais o social e o econômico, o político e o cultural influem sobre asaúde de uma população são múltiplas e diferencia<strong>da</strong>s, segundo a natureza <strong>da</strong>s condiçõessocioeconômicas, o tipo de população, as <strong>no</strong>ções de saúde, doença e os agravosenfrentados. No caso <strong>da</strong> população <strong>negra</strong>, o meio ambiente que exclui e nega o direitonatural de pertencimento, determina condições especiais de vulnerabili<strong>da</strong>de.Além <strong>da</strong> inserção social desqualifica<strong>da</strong>, desvaloriza<strong>da</strong> (vulnerabili<strong>da</strong>de social) e <strong>da</strong>invisibili<strong>da</strong>de de suas necessi<strong>da</strong>des reais nas ações e programas de assistência, promoção desaúde e prevenção de doenças (vulnerabili<strong>da</strong>de programática), mulheres e homens negrosvivem em um constante estado defensivo. Essa necessi<strong>da</strong>de infindável de integrar-se e, aomesmo tempo, proteger-se dos efeitos adversos <strong>da</strong> integração, pode provocar comportamentosinadequados, doenças psíquicas, psicossociais e físicas (vulnerabili<strong>da</strong>de individual).No campo <strong>da</strong> saúde, o conceito de vulnerabili<strong>da</strong>de emergiu <strong>no</strong> início <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de1990 entre aqueles que, na intersecção de vários campos do saber, buscavam estratégias<strong>para</strong> o enfrentamento <strong>da</strong> aids. Embora seja um recurso teórico aperfeiçoado <strong>no</strong> campode estudos e pesquisas em aids, o conceito de vulnerabili<strong>da</strong>de não lhe é restrito.11. A versão preliminar deste artigo integra o Cader<strong>no</strong> de Textos Básicos do I Seminário Nacional de Saúde <strong>da</strong> População Negra,realizado em Brasília-DF, de 18 a 20 de agosto de 2004.

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