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Saúde da população negra no Brasil: contribuições para

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A esse respeito, deve-se mencionar que o número de filhos tidos nascidos mortosapresentou considerável elevação em relação ao Censo Demográfico de 1991. Enquantoem 1991 o total declarado de nascidos mortos foi <strong>da</strong> ordem de 3,2 milhões; em 2000,esse número superou o patamar de 8 milhões de filhos tidos nascidos mortos. Em termospercentuais, tais cifras representam taxas de natimortali<strong>da</strong>de de, respectivamente, 2,5%e 5,5%. As causas <strong>para</strong> o ressurgimento deste fenôme<strong>no</strong> – o Censo Demográfico de1980 também registrou taxas de natimortali<strong>da</strong>de superiores a 6% (em valores absolutos,7,3 milhões) - podem ter suas raízes nas seguintes situações:• a má interpretação <strong>da</strong> pergunta, incluindo-se os abortos que as mulheres podemter tido;• a inclusão dos nascidos vivos que faleceram logo após o parto; e• a má formulação <strong>da</strong> pergunta, levando o entrevistado a considerar os filhos jáfalecidos como nascidos mortos.A experiência passa<strong>da</strong> com os Censos Demográficos mostrou que esta aparenteincoerência não afeta tão significativamente as estimativas de Fecundi<strong>da</strong>de, incidindomais fortemente sobre as estimativas <strong>da</strong> Taxa de Mortali<strong>da</strong>de Infantil, com tendênciade subestimá-las.A associação direta <strong>da</strong> esperança de vi<strong>da</strong> ao nascer com a taxa de mortali<strong>da</strong>deinfantil já foi muito utiliza<strong>da</strong> quando os níveis de mortali<strong>da</strong>de <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> eram maiselevados e as mortes por causas externas, que incidem sobre a população, sobretudomasculina, jovem e adulta jovem não afetavam tão fortemente a vi<strong>da</strong> média do brasileiro.Na atuali<strong>da</strong>de (2004), o <strong>Brasil</strong> possui uma taxa de mortali<strong>da</strong>de infantil por voltade 26 por mil nascidos vivos e uma expectativa de vi<strong>da</strong> ao nascer de 72 a<strong>no</strong>s. Paraque a população brasileira alcance uma esperança de vi<strong>da</strong> ao nascimento situa<strong>da</strong> <strong>no</strong>mesmo patamar que a do Japão (81,6 a<strong>no</strong>s) não bastaria reduzir a mortali<strong>da</strong>de infantilbrasileira a tal ponto que se igualasse à japonesa (por volta de 3 por mil nascidos vivos).Serão necessárias políticas públicas volta<strong>da</strong>s <strong>para</strong> a área <strong>da</strong> saúde coletiva que, efetivamente,possam alcançar a população de to<strong>da</strong>s as i<strong>da</strong>des, quer sejam recém-nascidos,crianças, jovens, adultos-jovens, mulheres em i<strong>da</strong>de de procriar e, particularmente, ocontingente ca<strong>da</strong> vez maior de adultos e de idosos. Além disso, será imprescindívela adoção de políticas ver<strong>da</strong>deiramente eficazes <strong>no</strong> campo <strong>da</strong> segurança pública <strong>para</strong>que se obtenha êxito na redução <strong>da</strong>s mortes perfeitamente evitáveis, mas que teimamem aumentar ca<strong>da</strong> vez mais o número de jovens e adultos – jovens que perdem suasvi<strong>da</strong>s devido à violência, destacando-se os homicídios e os acidentes de trânsito.Por esses motivos que a determinação <strong>da</strong> esperança de vi<strong>da</strong> ao nascer, com baseem <strong>da</strong>dos sobre a sobrevivência dos filhos <strong>da</strong>s mulheres, foi conduzi<strong>da</strong> de acordo comseguinte esquema:194Fun<strong>da</strong>ção Nacional de Saúde

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