12.07.2015 Views

Saúde da população negra no Brasil: contribuições para

Saúde da população negra no Brasil: contribuições para

Saúde da população negra no Brasil: contribuições para

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

4.3.4. Doenças do Aparelho CirculatórioAs mulheres pretas morrem duas vezes mais que as brancas por doenças doaparelho circulatório. As doenças cerebrovasculares, doenças isquêmicas do coração,insuficiência cardíaca e complicações de cardiopatias representam 70% dos óbitos doAparelho Circulatório <strong>no</strong> Norte e Nordeste. Na região Centro-Oeste, as principais causassão as doenças isquêmicas do coração, doenças cerebrovasculares, insuficiência cardíacae complicações de cardiopatias. Nas regiões Sudeste e Sul, prevalecem a mortali<strong>da</strong>de<strong>da</strong>s mulheres pretas por doenças isquêmicas do coração, doenças cerebrovasculares,insuficiência cardíaca, hipertensão e doenças hipertensivas e cardiomiopatias. Em to<strong>da</strong>sas regiões, a mortali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s mulheres pretas supera a <strong>da</strong>s brancas.Os principais fatores de risco dessas doenças são o tabagismo, a hipertensão e aingestão de gordura (Lolio et al., 1993). Os negros têm, sabi<strong>da</strong>mente, níveis tencionaismais elevados. Conseqüentemente, a mortali<strong>da</strong>de por doenças coronarianas é maiorentre eles (Lolio, 1993 e Lotufo, 1998). Mas, o que é feito com essa informação? Osprofissionais possuem tal informação, to<strong>da</strong>via quais são os encaminhamentos? Quaissão as ações realiza<strong>da</strong>s pelo sistema de saúde?Mesmo sendo a taxa de mortali<strong>da</strong>de por anemia falciforme muito baixa, podehaver uma associação entre anemia falciforme e uma maior mortali<strong>da</strong>de por problemascirculatórios, desconhece-se, entretanto, quanto desse diferencial pode ser atribuídoàs diferenças genéticas, culturais ou socioeconômicas.Segundo Berquó, Araújo e Sorrenti<strong>no</strong> (1996) “Como as doenças do coração sãodoenças masculinas, muitas vezes a dor <strong>no</strong> peito é me<strong>no</strong>s valoriza<strong>da</strong> <strong>no</strong> diagnóstico<strong>da</strong>s mulheres – frescura, <strong>da</strong>í ser me<strong>no</strong>s diag<strong>no</strong>stica<strong>da</strong>, o diagnóstico não é feito <strong>no</strong>sprimeiros sintomas”. Diante disso, é possível formular a seguinte questão: como osdiagnósticos dos problemas coronaria<strong>no</strong>s dos pretos são percebidos?As conseqüências indesejáveis <strong>da</strong> hipertensão estão freqüentemente associa<strong>da</strong> àbaixa escolari<strong>da</strong>de, aos problemas sociais crônicos, como pobreza, hostili<strong>da</strong>de e racismo;os negros, em <strong>no</strong>ssa socie<strong>da</strong>de, convivem em ambientes sociais desfavoráveise estão expostos constantemente a situações estressantes. Essas têm sido algumas <strong>da</strong>spossíveis explicações <strong>da</strong>s grandes diferenças de prevalência de hipertensão entre osnegros america<strong>no</strong>s (Lessa, 1998).302Fun<strong>da</strong>ção Nacional de Saúde

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!