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Saúde da população negra no Brasil: contribuições para

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Nas últimas déca<strong>da</strong>s, a socie<strong>da</strong>de brasileira tem observado uma tendência deredução significativa <strong>da</strong>s taxas de mortali<strong>da</strong>de de me<strong>no</strong>res de um a<strong>no</strong>, entretanto, étriste constatar que o diferencial racial se mantém e que, <strong>para</strong> os negros, a redução<strong>da</strong>s taxas apresentou-se proporcionalmente me<strong>no</strong>r: se <strong>para</strong> os brancos ela reduziu em43%, <strong>para</strong> os negros a diminuição foi de apenas 25% - tabela 1 (Cunha, 2001).Tabela 1. Mortali<strong>da</strong>de Infantil (por mil nascidos vivos), segundo raça/cor.<strong>Brasil</strong>, 1977, 1987 e 1993.Branca Negra (a) Total1977 76 96 871987 43 72 581993 (b) 37 62 43a) Inclui as populações classifica<strong>da</strong>s como par<strong>da</strong> e preta.b) Estimativas de Simões e Cardoso (1997).Fonte: FIBGE. Censos Demográficos – 1980, 1991; PNAd, 1995. Tabulaçõesespeciais Nepo/Unicamp. In Cunha (2001).Ain<strong>da</strong> em relação à mortali<strong>da</strong>de infantil, a autora refere-se ao fato de as desigual<strong>da</strong>desraciais terem se acentuado <strong>no</strong> decorrer dos a<strong>no</strong>s. De acordo com os <strong>da</strong>dos doCenso de 1980, a diferença relativa entre os níveis de mortali<strong>da</strong>de de negros e brancosme<strong>no</strong>res de um a<strong>no</strong> era de 21%. No transcurso de 10 a<strong>no</strong>s este valor aumentou <strong>para</strong>40%, ou seja, os filhos de mães <strong>negra</strong>s estiveram mais expostos aos riscos de adoecere morrer que os filhos de mães brancas. Os diferenciais raciais estiveram presentesem to<strong>da</strong>s as grandes regiões brasileiras, ressaltando que as mais gritantes dispari<strong>da</strong>desforam observa<strong>da</strong>s nas regiões Sul e Sudeste – 38% e 33%, respectivamente. Os filhosde mães <strong>negra</strong>s <strong>da</strong> região Nordeste estiveram sujeitos a um risco 63% mais elevadode morrer antes de completar o primeiro a<strong>no</strong> de vi<strong>da</strong> quando com<strong>para</strong>dos aos filhosde mães brancas, residentes na região Sul (Cunha, 2001).A partir dos níveis de mortali<strong>da</strong>de infantil e assumindo um determinado padrãode mortali<strong>da</strong>de, é possível calcular o número médio de a<strong>no</strong>s que a população viverá.De acordo com Cunha (1997), na déca<strong>da</strong> de 1980, a estimativa <strong>da</strong> expectativa de vi<strong>da</strong>girava em tor<strong>no</strong> de 68 a<strong>no</strong>s de i<strong>da</strong>de (gráfico 1). Ao desagregar os <strong>da</strong>dos por raça/corfoi possível observar que, enquanto os brancos atingiam uma expectativa de 72 a<strong>no</strong>s,os negros alcançaram 65 a<strong>no</strong>s. Esta diferença de sobrevivência entre a populaçãobranca e <strong>negra</strong> – de sete a<strong>no</strong>s – manteve-se quase constante desde a déca<strong>da</strong> de 1940a despeito dos ganhos obtidos na que<strong>da</strong> dos níveis <strong>da</strong> mortali<strong>da</strong>de geral. (Wood eCarvalho, 1994).Saúde <strong>da</strong> popupalação <strong>negra</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>: Contribuições <strong>para</strong> a Promoção <strong>da</strong> Eqüi<strong>da</strong>de23

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