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Saúde da população negra no Brasil: contribuições para

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Tanto mortes materna quanto por causas mal defini<strong>da</strong>s, ressaltam a exclusão<strong>no</strong> acesso a serviços de saúde de quali<strong>da</strong>de, implicitamente caracterizando racismoinstitucional.Os pardos possuem taxas de mortali<strong>da</strong>de me<strong>no</strong>r que os brancos <strong>para</strong> to<strong>da</strong>s ascausas, exceto gravidez, parto e puerpério; causas mal defini<strong>da</strong>s e externas, emboranão exce<strong>da</strong>m 50% nesse capítulo. Nas demais causas, chega a ser me<strong>no</strong>s <strong>da</strong> metade<strong>para</strong> neoplasias e malformações congênitas quando com<strong>para</strong>dos aos brancos.Como explicar? Há duas hipóteses não excludentes: uma é que proporçãoimportante de óbitos ig<strong>no</strong>rados seja de pardos, porque as cores <strong>da</strong> ponta do espectrosão mais fáceis de identificar e registrar; outra hipótese é a de que a ideologia dobranqueamento esteja em funcionamento, levando pardos a serem registrados comobrancos. Melhorar o registro de cor <strong>no</strong>s atestados de óbito poderá lançar luz sobre aquestão.Esta relativamente baixa mortali<strong>da</strong>de dos pardos contamina os <strong>da</strong>dos dos negrosque acabam tendo mortali<strong>da</strong>de me<strong>no</strong>r que os brancos <strong>para</strong> to<strong>da</strong>s as causas, excetodoenças mentais; gravidez, parto e puerpério; causas mal defini<strong>da</strong>s e externas.Embora não vali<strong>da</strong>do empiricamente pelos <strong>da</strong>dos de mortali<strong>da</strong>de existentes, nãoé plausível que a mortali<strong>da</strong>de de pardos e negros seja me<strong>no</strong>r que a de brancos. Taisincoerências merecem estudos mais detalhados <strong>para</strong> identificar a situação real e osmecanismos que levam às distorções dos <strong>da</strong>dos.De todo modo, a análise de <strong>da</strong>dos nacionais refere-se a uma abstração matemáticadificilmente compatível com a reali<strong>da</strong>de, a qual revela-se melhor por meio de <strong>da</strong>dosdesagregados.4.1. Mortali<strong>da</strong>de masculinaOs óbitos masculi<strong>no</strong>s (273.349) representaram 67,05% dos óbitos de adultosdo país ou pouco mais de 2/3. Esse diferencial de mortes de homens <strong>para</strong> mulheresexplica porque a esperança de vi<strong>da</strong> dos homens em 2000 foi de 64 a<strong>no</strong>s, enquantoo <strong>da</strong>s mulheres foi 72 a<strong>no</strong>s – uma diferença de oito a<strong>no</strong>s. Os brancos constituíram50,71% <strong>da</strong> população e contribuíram com 49,97% dos óbitos; os pretos, 6,37 e 7,60;os pardos, 39,03 e 31,11; os negros, 46,22 e 37,75; os amarelos e índios, 1,42 e 2,01e os ig<strong>no</strong>rados, 2,47 e 8,87 respectivamente <strong>da</strong> população e <strong>da</strong>s mortes masculinas<strong>no</strong> país em 2000.Saúde <strong>da</strong> popupalação <strong>negra</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>: Contribuições <strong>para</strong> a Promoção <strong>da</strong> Eqüi<strong>da</strong>de259

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