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Saúde da população negra no Brasil: contribuições para

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tra que a mortali<strong>da</strong>de infantil <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> é sempre maior <strong>para</strong> filhos de mães <strong>negra</strong>s e,embora em que<strong>da</strong>, diminui mais entre brancos, aumentando a diferença inter-racial.Bento (1996) busca o nexo causal entre leucopenias de trabalhadores, em particularnegros, e insalubri<strong>da</strong>de <strong>no</strong> processo de trabalho por exposição ao benze<strong>no</strong>. Em geral,essas leucopenias têm sido atribuí<strong>da</strong>s, em ações trabalhistas, a fatores genéticos.Barbosa (1998, 2001) calculou os a<strong>no</strong>s potenciais de vi<strong>da</strong> perdidos e mostraque a mortali<strong>da</strong>de de homens e mulheres negros é mais precoce que a dos brancos.A mulher branca é quem me<strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s de vi<strong>da</strong> potenciais perde segui<strong>da</strong> pelo homembranco e mulher <strong>negra</strong>. O homem negro é o que mais cedo morre.Batista (2002) mostra que, <strong>no</strong> estado de São Paulo, a taxa de mortali<strong>da</strong>de dospretos é maior <strong>para</strong> tuberculose, alcoolismo, hipertensão, doença cerebrovascular,diabetes, causas mal defini<strong>da</strong>s e externas. A mortali<strong>da</strong>de dos brancos é maior apenas<strong>para</strong> câncer.Segundo Martins (2001), em 1993 o risco de morte materna <strong>para</strong> as mulherespretas <strong>no</strong> Paraná foi 7,4 vezes maior do que o <strong>da</strong>s mulheres brancas.Os estudos citados são, to<strong>da</strong>via, localizados e fragmentários, apontando anecessi<strong>da</strong>de de estudos mais globais. Faltam estudos com<strong>para</strong>tivos mais aprofun<strong>da</strong>dos emais amplos quanto às causas e sua distribuição por raça/cor, sexo. Há também carênciade pesquisas sobre diferenciais de acesso e quali<strong>da</strong>de <strong>no</strong>s serviços de saúde.A produção internacional, especialmente <strong>no</strong>rte-americana, tem avançado emformulações teórico-metodológicas sobre a influência que as desigual<strong>da</strong>des raciais<strong>no</strong> seio <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de têm na determinação <strong>da</strong>s condições de vi<strong>da</strong> e saúde dos gruposétnicos <strong>da</strong> população. Abrimos aqui parênteses <strong>para</strong> mencionar a polêmica em tor<strong>no</strong> <strong>da</strong>crítica de imperialismo cultural que Bourdieu e Wacquant (2002) atribuem à produçãointelectual americana, em especial <strong>no</strong>s estudos de raça e gênero, colocação que suscitoudiversas intervenções. (Sansone, 2002; Costa, 2002; French, 2002; Hanchard, 2002;Pinho e Figueiredo, 2002).Uma breve seleção de estudos apontam diferenças na mortali<strong>da</strong>de, naprevalência ou incidência de doenças por raça/cor – maior magnitude e gravi<strong>da</strong>de<strong>da</strong> esclerose sistêmica entre não brancos (Nietert et al. 2001); aumento generalizado<strong>da</strong> mortali<strong>da</strong>de por câncer de pulmão; que<strong>da</strong> de câncer colo-retal entre brancos ecrescimento entre negros; leve aumento do câncer prostático entre brancos e aumentodramático entre negros. O câncer de mama se estabilizou entre as brancas, mas cresceuconsideravelmente em relação às <strong>negra</strong>s; enquanto o câncer uteri<strong>no</strong> diminui. O câncerde ovário, porém, aumentou <strong>no</strong>s dois grupos (Piffath, et. al. 2001).240Fun<strong>da</strong>ção Nacional de Saúde

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