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Saúde da população negra no Brasil: contribuições para

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mortali<strong>da</strong>de de me<strong>no</strong>res de um a<strong>no</strong>, segundo a raça <strong>da</strong> mãe e/ou <strong>da</strong> criança, constatandoque a raça é um fator que pode predizer esses níveis.O poder de predição <strong>da</strong> raça na mortali<strong>da</strong>de infantil se apresenta como umaevidência quase constante, mesmo em estudos que tentam controlar pela aplicação demodelos estatísticos uma série de outros fatores de risco como i<strong>da</strong>de, estado conjugale educação <strong>da</strong> mãe, número de exames pré-natais, trimestre de início do pré-natal,nível socioeconômico <strong>da</strong> família, entre outros.A maioria dos estudos calcula que a mortali<strong>da</strong>de dos filhos me<strong>no</strong>res de um a<strong>no</strong> demães <strong>negra</strong>s e brancas, residentes em diversos estados dos EUA, encontra-se próximaa um patamar duas vezes superior nas <strong>negra</strong>s do que nas brancas (Sung et al., 1994;Schieve e Handler, 1996; Stockwell e Goza, 1996).Não existe, porém, um consenso sobre as razões <strong>da</strong> manutenção dessas diferenças.Enquanto alguns enfatizam apenas os condicionantes ambientais e socioeconômicosa que a população americana está exposta em função <strong>da</strong> raça/cor, outros centram-sefortemente na dimensão biológica e alguns falam do efeito conjunto <strong>da</strong>s duas dimensões<strong>para</strong> explicar o porquê <strong>da</strong>s diferenças raciais encontra<strong>da</strong>s.Estudos epidemiológicos ou pediátricos salientam que a mortali<strong>da</strong>de neonatal émais acentua<strong>da</strong> entre os negros, mantendo-se a diferença, mesmo que num nível me<strong>no</strong>r,<strong>no</strong>s riscos relativos de mortali<strong>da</strong>de pós-neonatal entre estes e os brancos. Uma <strong>da</strong>slinhas explicativas ressalta a constatação de que, com maior freqüência, os filhos demães <strong>negra</strong>s nascem com me<strong>no</strong>r peso, além de ser mais freqüente entre eles o me<strong>no</strong>rtempo de gestação, quando com<strong>para</strong>dos com os filhos de mães brancas (Schieve eHandler, 1996; Leland et al., 1995) fatores estes que aumentariam drasticamente orisco de mortali<strong>da</strong>de antes de cumprir um a<strong>no</strong> de vi<strong>da</strong>.Os autores estimam uma maior proporção de filhos de mães <strong>negra</strong>s com me<strong>no</strong>sde 2.500 gramas ao nascer e, em média, elas teriam gestações inferiores a 37 semanas,enquanto <strong>para</strong> as mulheres brancas a proporção de filhos prematuros e com baixo pesoao nascer seria significativamente me<strong>no</strong>r.A investigação realiza<strong>da</strong> por Mittendorf et al. (1993) <strong>no</strong> Hospital de Boston, entre1977 e 1980, e a de Stockwell e Goza (1996) baseando-se <strong>no</strong>s <strong>da</strong>dos de 1987 do CentroNacional de Estatísticas de Saúde, cobrindo 24 estados dos EUA, propõem <strong>para</strong> o estudo<strong>da</strong> mortali<strong>da</strong>de infantil em populações brancas – não-hispânicas (“anglos”), america<strong>no</strong>smexica<strong>no</strong>s e negros não-hispânicos, a construção de um índice que combine peso aonascer, tempo de gestação e o que eles de<strong>no</strong>minam como “maturi<strong>da</strong>de”, que indicaria,pelas medi<strong>da</strong>s clínicas, a existência ou não de crescimento intra-uteri<strong>no</strong> retar<strong>da</strong>tário.Resumindo os achados dos autores, pode-se destacar que a taxa de mortali<strong>da</strong>de infantilé mais alta <strong>para</strong> homens do que <strong>para</strong> mulheres, sendo muito mais alta <strong>para</strong> os bebês,210Fun<strong>da</strong>ção Nacional de Saúde

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