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Saúde da população negra no Brasil: contribuições para

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4.3.9. Causas ExternasAs agressões, acidentes de transportes e outros acidentes, lesões auto-inflingi<strong>da</strong>se autoprograma<strong>da</strong>s são as principais causas de morte entre as mulheres. A taxa demortali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s mulheres brancas por Causas Externas supera a <strong>da</strong>s mulheres <strong>negra</strong>s:18,20/100 mil contra 17,04/100 mil. A taxa de mortali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s mulheres pretas é de17,36/100 mil e <strong>da</strong>s par<strong>da</strong>s é de 10,90/100 mil.5. Comentários finaisAs condições sociais, a escolarização e o acesso desigual aos serviços de saúde,entre outros, são fatores que podem determinar diferenças importantes nas taxas demortali<strong>da</strong>de. Apesar de suas limitações, a descrição <strong>da</strong> mortali<strong>da</strong>de de pretos, pardos,negros e brancos possibilitou com<strong>para</strong>r reali<strong>da</strong>des e pode ser utiliza<strong>da</strong> <strong>para</strong> elaborar/definir políticas públicas. Ressalta-se, neste caso, a mortali<strong>da</strong>de por tuberculose, HIV/aids, donças isquêmicas do coração, doenças cerebrovasculares, transtor<strong>no</strong>s mentais,complicações <strong>da</strong> gravidez, parto e puerpério.A par <strong>da</strong>s preocupações quantitativas, urge que o SUS se ocupe <strong>da</strong>s questõesqualitativas na assistência à saúde <strong>da</strong> população e se debruce sobre os obstáculos deacessibili<strong>da</strong>de dos diversos segmentos concretos <strong>da</strong> população, como os grupos étnicoraciais.Buscar os indícios de discriminação institucional é reconhecer necessi<strong>da</strong>desconcretas de grupos que não vêm sendo considera<strong>da</strong>s.No SUS, longo é o caminho a trilhar <strong>no</strong> que tange às necessi<strong>da</strong>des dos negros.Para além de iniciativas pontuais como o Programa Nacional de Anemia Falciforme,é essencial reconhecer, na população, a existência de ci<strong>da</strong>dãos com necessi<strong>da</strong>desparticulares; contabilizá-los <strong>no</strong>s municípios; identificar especifici<strong>da</strong>des <strong>no</strong>s perfis demorbimortali<strong>da</strong>de; conhecer suas necessi<strong>da</strong>des de assistência não atendi<strong>da</strong>s. Para isso,é essencial introduzir, registrar, computar e analisar o quesito raça/cor <strong>no</strong>s documentosreferentes aos procedimentos.O Sistema Único de Saúde, criado por força <strong>da</strong> Lei nº 8.080, de 19 de setembrode 1990, incorpora a concepção <strong>da</strong> Constituição de 1988 onde saúde figura comodireito fun<strong>da</strong>mental e dever do estado. Suas principais características são universali<strong>da</strong>de,gratui<strong>da</strong>de, integrali<strong>da</strong>de, descentralização com direção única em ca<strong>da</strong> esfera, priori<strong>da</strong>deàs ações preventivas sem prejuízo <strong>da</strong>s curativas, controle popular, financiamentopúblico, participação auxiliar <strong>da</strong> rede priva<strong>da</strong> e a eqüi<strong>da</strong>de (Andrade, 2001).306Fun<strong>da</strong>ção Nacional de Saúde

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