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Saúde da população negra no Brasil: contribuições para

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3.1. Limitações metodológicas3.1.1. Problemas com o banco de <strong>da</strong>dosO Tabwin é um grande avanço na manipulação de <strong>da</strong>dos pelo gestor local <strong>para</strong>diagnóstico de saúde do município, porém sua formatação impede tabulações complexase exportar <strong>da</strong>dos <strong>para</strong> outros programas requer profissional experiente. Tabulaçõescom mais de duas variáveis não são feitas. Para gerar uma tabela de mortali<strong>da</strong>de porcausa, raça/cor, sexo, i<strong>da</strong>de e região é necessário ro<strong>da</strong>r cinco tabelas em Tabwin edepois montar <strong>no</strong> Excel tabela única, tornando o processo lento e trabalhoso.3.1.2. Cobertura dos óbitos registradosAntes de avaliar a quali<strong>da</strong>de dos <strong>da</strong>dos é preciso lembrar que a cobertura doregistro de óbito varia muito por estado ver (quadro 1). Embora a cobertura <strong>no</strong> paísseja satisfatória (Parâmetros de Centro Lati<strong>no</strong>-america<strong>no</strong> de Demografia; Jasper_Faijere Orellana, 1994) 1 , a desagregação mostra que <strong>no</strong> Norte, três dos sete estados têm coberturadeficiente e os demais, regular; <strong>no</strong> Nordeste, dos <strong>no</strong>ve estados, somente doistêm cobertura regular e <strong>no</strong>s sete restantes é deficiente.No Pará e Tocantins, a cobertura do registro de óbitos não alcança dois terçose <strong>no</strong> Nordeste, só Pernambuco, Alagoas e Sergipe registram mais de dois terços <strong>da</strong>cobertura <strong>da</strong>s mortes <strong>no</strong>s estados. Mais de 60% <strong>da</strong>s mortes ocorri<strong>da</strong>s <strong>no</strong> Maranhão ePiauí não são registra<strong>da</strong>s. No <strong>Brasil</strong>, todos os estados do Norte e Nordeste possuemcobertura abaixo <strong>da</strong> satisfatória.As implicações são que os <strong>da</strong>dos do Norte e Nordeste têm baixa confiabili<strong>da</strong>de. Astaxas de mortali<strong>da</strong>de podem ser mais eleva<strong>da</strong>s e pode haver distorção de seu perfil. Se o SUSplaneja a saúde baseado em estatísticas vitais, as priori<strong>da</strong>des e o planejamento <strong>da</strong>s açõesem saúde <strong>no</strong> Norte e Nordeste podem estar distorci<strong>da</strong>s. Isto aponta <strong>para</strong> uma <strong>da</strong>s primeiraspriori<strong>da</strong>des do SUS: estabelecer cro<strong>no</strong>gramas de melhoria do sistema de registro de óbitosnessas regiões. Para alguns estados, como Rondônia, Roraima e Sergipe, falta pouco <strong>para</strong>atingir a cobertura satisfatória de 80%, mas <strong>para</strong> outros, como Maranhão, Piauí e Paraíba,falta muito <strong>para</strong> que se registre sequer a metade dos óbitos (Paes e Albuquerque, 1999).Paes (1996) mostra que o sub-registro é maior <strong>para</strong> mulheres. Será que tambémvaria por cor? É legítimo suspeitar que o sub-registro seja maior <strong>no</strong>s grupos sociaisme<strong>no</strong>s privilegiados, o que incluiria grupos não brancos.1. O Celade considera satisfatória a cobertura de 80% a 90% dos óbitos.244Fun<strong>da</strong>ção Nacional de Saúde

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