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Saúde da população negra no Brasil: contribuições para

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que podem ser classificados, em função do índice construído, como nascimentos comresultados adversos.Utilizando a variável raça/etnia <strong>para</strong> prever os resultados, os autores estimaramque as chances de nascimentos prematuros, de baixo peso ao nascer e imaturos, econseqüentemente, <strong>da</strong> mortali<strong>da</strong>de infantil, são muito maiores entre os negros que <strong>para</strong>os outros dois grupos raciais, mesmo mapeando os efeitos de outros riscos provocadospor vários fatores.Entre os autores que pesquisaram sobre o tema, conjugando variáveis biológicas esocioeconômicas, parece existir uma opinião generaliza<strong>da</strong> de que as análises por grupossocioeconômicos não conseguiriam explicar as diferenças encontra<strong>da</strong>s entre brancos enegros em relação a vários aspectos <strong>da</strong> saúde e, especificamente, à mortali<strong>da</strong>de infantil.Hamvas e Mallinckrodt (2000) analisam as dispari<strong>da</strong>des raciais <strong>da</strong> mortali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s criançascom baixo peso ao nascer, entre 1985 e 1991, salientando que as complicações <strong>da</strong>sfunções pulmonares são as que mais provocam a morte dessas crianças, convertendo-se<strong>no</strong> fator limite <strong>para</strong> a sobrevivência dos recém-nascidos com baixo peso.O trabalho confirma, numa escala nacional, que, mesmo observando-se uma reduçãosignificativa <strong>no</strong>s níveis <strong>da</strong> taxa de mortali<strong>da</strong>de infantil, manteve-se uma dispari<strong>da</strong>deracial, sendo mais eleva<strong>da</strong> entre os negros que entre os brancos, independentementedo status socioeconômico e depois de terem sido introduzi<strong>da</strong>s terapias específicas <strong>para</strong>o tratamento destas complicações. Em função destas descobertas eles se perguntamse essas dispari<strong>da</strong>des estariam representando um diferencial <strong>no</strong> acesso ao tratamento:fosse por respostas diferentes ante o tratamento ou pelo fato dessas complicações <strong>da</strong>sfunções pulmonares apresentarem-se com freqüências distintas em bebês brancos enegros. Em resposta a esta questão os autores observaram a não existência de diferenciaisraciais de mortali<strong>da</strong>de infantil por funções pulmonares em crianças com baixo peso aonascer relativas ao acesso a tratamento e não foram constata<strong>da</strong>s respostas diferentesentre negros e brancos ante o tratamento. Nas suas conclusões indicam que, uma vezexcluí<strong>da</strong>s as funções pulmonares dentre as causas de morte infantil de nascidos combaixo peso, poderiam prevalecer outras doenças provoca<strong>da</strong>s por diferenciais biológicos,e que não respondendo igualmente a tratamentos praticados, explicariam as maiorestaxas de mortali<strong>da</strong>de infantil entre os negros.Uma outra linha de pesquisa aponta <strong>para</strong> a necessi<strong>da</strong>de de que os estudosconsiderem, as inter-relações dos fatores culturais e ambientais, e psicossociais aosque, cronicamente, as mulheres <strong>negra</strong>s estão expostas devido à discriminação racial,situação que afetaria negativamente seu processo reprodutivo, a saúde e sobrevivênciade seus filhos (Blackmore et al., 1993).Outros autores como A<strong>da</strong>ms et al. (1991) destacam o maior risco relativo naprevalência de hipertensão <strong>da</strong>s mães <strong>negra</strong>s, estimando-se esse risco em duas vezesSaúde <strong>da</strong> popupalação <strong>negra</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>: Contribuições <strong>para</strong> a Promoção <strong>da</strong> Eqüi<strong>da</strong>de211

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