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Saúde da população negra no Brasil: contribuições para

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sendo na maioria <strong>da</strong>s vezes, fatal e apresentando-se como a principal causa de mortedestes pacientes, <strong>no</strong>s primeiros a<strong>no</strong>s de vi<strong>da</strong>.Em função desta maior susceptibili<strong>da</strong>de às infecções a que eles estão expostos,a anemia falciforme pode estar direta ou indiretamente relaciona<strong>da</strong> a 62% <strong>da</strong>s causasde óbitos desses pacientes – especialmente por síndrome torácica agu<strong>da</strong>, meningites,septicemia, gastroenterite e crise aplástica.Segundo Zago (1996), pelo fato de que estas infecções têm uma evolução fatalrápi<strong>da</strong>, elas também podem ser responsáveis por mortes súbitas ou por causas nãodiag<strong>no</strong>stica<strong>da</strong>s <strong>no</strong>s primeiros a<strong>no</strong>s de vi<strong>da</strong>, em crianças sem diagnóstico precoce <strong>da</strong>doença.Além <strong>da</strong> maior prevalência <strong>da</strong>s infecções enuncia<strong>da</strong>s anteriormente, estas pessoassão afeta<strong>da</strong>s por outras infecções diversas – septicemias por pneumococos, pneumonias,hepatites, entre outras, – que podem agravar ou complicar o estado de saúde, com aação conjunta dos condicionantes socioeconômicos a que eles estão expostos.Estimativas <strong>da</strong> Organização Mundial de Saúde (OMS) assinalam, <strong>para</strong> o <strong>Brasil</strong>, onascimento de 2.500 crianças falcêmicas a ca<strong>da</strong> a<strong>no</strong>.Resumindo, pode-se concluir que os doentes de anemia falciforme estão maisexpostos a infeções graves, sendo mais freqüente na primeira infância e nas mulheres <strong>no</strong>período gravídico, aumentando, assim, as chances de mortali<strong>da</strong>de infantil, de per<strong>da</strong>sfetais e de mortali<strong>da</strong>de materna na população <strong>negra</strong> (Oliveira, 1999).O diabetes mellitus – que é um distúrbio metabólico de etiologia múltiplacaracterizado por hiperglicemia crônica e que, depois de alguns a<strong>no</strong>s de evolução,faz surgir <strong>da</strong><strong>no</strong>s, disfunções ou falência de vários órgãos ou sistemas – manifesta-se <strong>no</strong><strong>Brasil</strong> com uma prevalência de quase 8% na população adulta, com uma tendênciacrescente na medi<strong>da</strong> em que aumenta a i<strong>da</strong>de, alcançando esse valor mais de 17%<strong>no</strong>s idosos com mais de 60 a<strong>no</strong>s (Franco, 2000).A classificação etiológica destes distúrbios glicêmicos permite definir a diabetestipo I, tipo II e a chama<strong>da</strong> gestacional, além de outros tipos específicos.É importante que o diabetes gestacional – que é aquela diag<strong>no</strong>stica<strong>da</strong> pela primeiravez durante a gestação, podendo ou não persistir após o parto e podendo terantecedido a gravidez –, seja diag<strong>no</strong>stica<strong>da</strong> e trata<strong>da</strong>, devendo-se fazer uma vigilânciafetal anterior ao parto com a finali<strong>da</strong>de de reduzir a mortali<strong>da</strong>de e morbi<strong>da</strong>de perinatalassocia<strong>da</strong>s à sua presença.Estudos sobre a diabetes tipo II – a forma mais comum, correspondendo a 90%do total de casos – segundo raça, constatam que os homens negros apresentam 9%a mais de probabili<strong>da</strong>de de desenvolver diabetes que os homens brancos, e que essaSaúde <strong>da</strong> popupalação <strong>negra</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>: Contribuições <strong>para</strong> a Promoção <strong>da</strong> Eqüi<strong>da</strong>de205

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