12.07.2015 Views

Saúde da população negra no Brasil: contribuições para

Saúde da população negra no Brasil: contribuições para

Saúde da população negra no Brasil: contribuições para

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

“Um primeiro marco de política selecionado foi a configuração do Pla<strong>no</strong> de ProntaAção (PPA), em 1974, como uma iniciativa que viabilizou a expansão <strong>da</strong> cobertura emsaúde e desenhou uma clara tendência de fortalecimento <strong>da</strong> proposta de universalização<strong>da</strong> atenção à saúde. Neste ponto vale ressaltar que a política de saúde brasileira ain<strong>da</strong>estava conforma<strong>da</strong> sob padrões meritocráticos de direito à saúde, ou seja, apenastinha direito à assistência médica <strong>no</strong> Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) otrabalhador vinculado ao instituto, e seus dependentes. A proposta de universalização<strong>da</strong> saúde significava a extensão desse direito a to<strong>da</strong> a população, independente <strong>da</strong>contribuição previdenciária. Assim, seria garantido a todo ci<strong>da</strong>dão o direito à assistênciaintegral à saúde, sem qualquer tipo de discriminação. Os serviços do INPS não eramos únicos a prestarem assistência médica, mas certamente eram os que obtinhammaior investimento e recursos. Além disso, havia, nessa lógica, uma concentração dosserviços de assistência próximo aos centros urba<strong>no</strong>s de produção, deixando parcelasignificativa <strong>da</strong> população sem opção de acesso.”(Levcovitz, 2002).Para a população <strong>negra</strong>, principalmente, desaparece a figura do indigente, ouseja, aquele que era atendido sem possuir vínculo previdenciário, e dá-se início à idéia,a ser persegui<strong>da</strong>, de universali<strong>da</strong>de <strong>no</strong>s marcos <strong>da</strong> seguri<strong>da</strong>de social.Esta fase foi incipiente <strong>para</strong> a criação do Sistema Nacional de Saúde (SNS) quecomporia a primeira política de saúde com caráter nacional. Assinala-se também acriação do Programa de Interiorização <strong>da</strong>s Ações de Saúde e Saneamento (Piass) quebuscava a expansão <strong>da</strong>s ações de saúde <strong>para</strong> populações periféricas. O período 1974/1979 foi marcado pelos debates conceituais sobre a definição do que, mais tarde, setor<strong>no</strong>u o Sistema Único de Saúde.O período compreendido entre 1980 e 1986 foi marcado por ampla negociaçãosobre a Reforma Sanitária. A extensão dos serviços por meio <strong>da</strong> criação de uma redebásica que fosse apta <strong>para</strong> atender à deman<strong>da</strong> com quali<strong>da</strong>de tor<strong>no</strong>u-se meta a seralcança<strong>da</strong> até o a<strong>no</strong> de 2000. “A atenção primária, nesse entender, seria a estratégia <strong>para</strong>a redução <strong>da</strong>s desigual<strong>da</strong>des sociais existentes, estratégia essa que atendia duplamenteos propósitos do Estado. Por um lado, porque era necessária a reformulação do setorsaúde, por outro lado, porque respondia às principais diretrizes assinala<strong>da</strong>s <strong>para</strong> asaúde <strong>no</strong>s fóruns internacionais de discussão.” (Levcovitz, 2002).Entre os a<strong>no</strong>s 1987 e 1990 a reforma do setor saúde se consolidou do ponto devista jurídico-legal. Foi definido o Sistema Descentralizado e Unificado de Saúde (Suds),que resultou ser o caminho <strong>para</strong> a posterior constituição do SUS. A promulgação <strong>da</strong>Constituição de 1988 conferiu o estatuto de seguri<strong>da</strong>de social ao campo <strong>da</strong> saúde e “ocapítulo <strong>da</strong> saúde incorporou todos os princípios debatidos <strong>no</strong> processo de reforma,garantindo a definição dos princípios básicos do SUS, configurando uma grande vitóriado movimento reformista, que finalmente garantia uma base institucional concreta <strong>para</strong>o desenvolvimento <strong>da</strong> reforma.” (Levcovitz, 2002).392Fun<strong>da</strong>ção Nacional de Saúde

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!