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Saúde da população negra no Brasil: contribuições para

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220,08/100 mil <strong>no</strong> Sul. Essa característica se mantém quando analisamos as taxas deóbito <strong>da</strong>s mulheres brancas e pretas. Nas mulheres par<strong>da</strong>s, a taxa é maior na regiãoNorte e me<strong>no</strong>r que a média <strong>no</strong> Centro-Oeste. Uma <strong>da</strong>s possíveis explicações <strong>para</strong> talfato é a variação do de<strong>no</strong>minador/população. Como se vê, há uma maior possibili<strong>da</strong>de<strong>da</strong> população <strong>da</strong> região Norte se identificar como par<strong>da</strong> e <strong>da</strong> região Centro-Oeste nãose identificar como tal. Esta variação do “como me identifico” interfere <strong>no</strong>s <strong>da</strong>dos populacionaisdo Censo e, conseqüentemente, nas taxas de mortali<strong>da</strong>de. Isso <strong>no</strong>s remetea uma <strong>da</strong>s perguntas iniciais deste trabalho: o que é ser pardo na região Norte do paíse o que é sê-lo nas regiões Sul e Centro-Oeste?A análise <strong>da</strong> taxa média de mortali<strong>da</strong>de por raça/cor revelou que a taxa de mortali<strong>da</strong>deentre as mulheres pretas <strong>no</strong> país é de 284,36/100 mil. E que <strong>no</strong> Centro-Oesteessa taxa é de 567,50/100 mil; <strong>no</strong> Sudeste, 369,78/100 mil; <strong>no</strong> Sul, 336,35/100 mile <strong>no</strong> Norte, 200,56/100 mil, sendo a me<strong>no</strong>r taxa a do Nordeste, 172,78/100 mil mulheres.A análise <strong>da</strong>s taxas de mortali<strong>da</strong>de feminina segundo grupos de causas revelouo mesmo padrão já comentado anteriormente, maior mortali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s mulheres pretasquando com<strong>para</strong><strong>da</strong>s às brancas, às par<strong>da</strong>s e às <strong>negra</strong>s.No grupo de causas doenças infecciosas e <strong>para</strong>sitárias, as septicemias, o HIV/aids,a tuberculose, a hepatite e a malária são, pela ordem, as principais responsáveis porcausa de morte do Norte e representam 80% dos óbitos do grupo. Destaca-se a altataxa de mortali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s mulheres pretas por septicemia na região: 5,24/100 mil.No Nordeste, as principais causas são as septicemias, a tuberculose e o HIV/aids;essas causas representam 57% dos óbitos do grupo. Destaca-se aqui a taxa de mortali<strong>da</strong>depor tuberculose entre as mulheres pretas 2,7/100 mil.No Centro-Oeste, destacam-se a doença de Chagas, o HIV/aids, as septicemias e atuberculose. Essas causas perfazem 80% dos óbitos do grupo. Chama a atenção, nessaregião, a taxa de óbito <strong>da</strong>s mulheres pretas por doença de Chagas 9,70 por 100 mil.No Sudeste, as principais causas dos óbitos são: HIV/aids, septicemia, tuberculose,hepatite e doença de Chagas. A taxa de mortali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s mulheres pretas por HIV/aidsse destaca: 12,29/100 mil.No Sul, 62% dos óbitos do grupo de causas doenças infecciosas e <strong>para</strong>sitárias estãodistribuí<strong>da</strong>s entre o HIV/aids, as septicemias, a tuberculose, hepatite e doença de Chagas.É expressiva a taxa de óbito <strong>da</strong>s mulheres pretas pelo HIV/aids: 16,31/100 mil.Os <strong>da</strong>dos aqui explicitados evidenciam a relação entre a mortali<strong>da</strong>de e a inclusãosocial desqualifica<strong>da</strong>, bem como que certos grupos possuem uma maior dificul<strong>da</strong>dede acesso aos serviços de saúde de melhor quali<strong>da</strong>de. Indicam, ain<strong>da</strong>, a falta de infor-298Fun<strong>da</strong>ção Nacional de Saúde

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