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Saúde da população negra no Brasil: contribuições para

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cemitérios que, por razões financeiras, acabam aceitando realizar enterros à margemdos marcos legais, ou seja, sem que seja apresenta<strong>da</strong> uma Declaração de Óbito porparte dos responsáveis pelo ritual fúnebre.Para além dos problemas <strong>da</strong> sub<strong>no</strong>tificação dos registros de óbitos, há baixaquali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s informações neles conti<strong>da</strong>s. Isso decorre, primeiramente, de falhasde preenchimento, deriva<strong>da</strong>s tanto de informações malpresta<strong>da</strong>s pelos declarantesdos óbitos, como por falhas <strong>no</strong>s procedimentos de coleta dos <strong>da</strong>dos por parte dosfuncionários responsáveis. E, em segundo lugar, decorre <strong>da</strong>s precárias condições deatendimento médico, laboratorial e hospitalar que aumentam o número de casos defalecimentos cujas causas de morte não são identifica<strong>da</strong>s. Dessa forma, <strong>no</strong> triênio 1998-2000, do total de registros de óbitos contidos na base do SIM, 13,8% dos brasileirosdo sexo masculi<strong>no</strong> e 15,5% <strong>da</strong>s brasileiras de sexo femini<strong>no</strong> tiveram como motivo demorte causas não identifica<strong>da</strong>s. À guisa de com<strong>para</strong>ção, Vasconcelos (1998) apontouque, <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s de 1980, o percentual de registros com causas maldefini<strong>da</strong>s era de 2%na Argentina, 4% <strong>no</strong> México e 8% <strong>no</strong> Chile.Os sub-registros de óbitos <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, segundo a faixa etária, concentram-se nasi<strong>da</strong>des inferiores a um a<strong>no</strong> de i<strong>da</strong>de. Simões (2002), baseado em informações levanta<strong>da</strong>sna Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde <strong>da</strong> Benfam, apontou que, na faixade i<strong>da</strong>de de 0 a 2 meses, o grau de sub<strong>no</strong>tificação em todo o país chegava a 51,5%,alcançando cerca de 80% na região Nordeste (tabela 1).Tabela 1. Cobertura e sub-registro de óbitos de me<strong>no</strong>res de um a<strong>no</strong> de i<strong>da</strong>de porgrandes regiões e alguns estados, 1996I<strong>da</strong>de (em meses) Cobertura de Óbitos % Sub-registro %<strong>Brasil</strong>O A II 48,5 51,5Norte Urba<strong>no</strong>O A II 46,2 53,8NordesteO A II 20,6 79,4Minas e Espírito SantoO A II 71,9 28,1São PauloO A II 90,9 9,1SulO A II 79,5 20,5ParanáO A II 80,0 20,0Centro-OesteO A II 79,6 20,4Fonte: Simões (1996), baseado em <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> Pesquisa Nacional de Demografia eSaúde/Benfam.Saúde <strong>da</strong> popupalação <strong>negra</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>: Contribuições <strong>para</strong> a Promoção <strong>da</strong> Eqüi<strong>da</strong>de53

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