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Saúde da população negra no Brasil: contribuições para

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Para as faixas de i<strong>da</strong>de mais baixas, esses problemas puderam ser sanados como uso <strong>da</strong>s probabili<strong>da</strong>des de alcançar as i<strong>da</strong>des de 0 a 20 a<strong>no</strong>s de i<strong>da</strong>de, gera<strong>da</strong>s peloprograma Mortpak – Lite. No caso, visando manter a coerência com o desenvolvimentometodológico do cálculo <strong>da</strong>s esperanças de vi<strong>da</strong> ao nascer descrito anteriormente, asprobabili<strong>da</strong>des de sobrevi<strong>da</strong> basearam-se <strong>no</strong> Modelo de Coale-Demeny, família Oeste.No caso <strong>da</strong>s desagregações por grupos de raça/cor e sexo, foram utiliza<strong>da</strong>s as probabili<strong>da</strong>desde sobrevi<strong>da</strong> gera<strong>da</strong>s a partir do Pandem. Em alguma medi<strong>da</strong>, isso reproduz ométodo de Oliveira e Albuquerque (s/d), que corrigiram as razões dos óbitos <strong>da</strong> populaçãoaté cinco a<strong>no</strong>s por via indireta. Neste caso foi possível aplicar igual caminho <strong>para</strong>os mesmos grupos etários dos contingentes de raça/cor e sexo. Contudo, não foi possívellocalizar nenhum estudo que tivesse realizado essas estimativas <strong>para</strong> as faixas etáriassuperiores. Na ver<strong>da</strong>de, Cunha (1990) chegou a fazer estimativas <strong>para</strong> as probabili<strong>da</strong>desde sobrevi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s mulheres que atingem 25 a<strong>no</strong>s (<strong>para</strong> as faixas etárias dos 45; 50; 55; 60;65; 70; e 75 a<strong>no</strong>s), desagrega<strong>da</strong> <strong>para</strong> os grupos de raça/cor branca, preta, par<strong>da</strong> e <strong>negra</strong>.To<strong>da</strong>via, esses <strong>da</strong>dos, além de não cobrirem a população masculina, estavam baseadosem indicadores do Censo de 1980, ou seja, de 24 a<strong>no</strong>s atrás.Portanto, tendo em vista estas limitações – tanto nas bases de registros sobre mortali<strong>da</strong>de,como na literatura sobre o tema <strong>da</strong>s desigual<strong>da</strong>des raciais <strong>no</strong>s índices de mortali<strong>da</strong>de–, o presente estudo limitou-se, baseado <strong>no</strong>s resultados do Mortpak e do Pandem, a corrigiras probabili<strong>da</strong>des de mortali<strong>da</strong>de dos grupos de raça/cor e sexo até os cinco a<strong>no</strong>s (exclusive)de i<strong>da</strong>de. Esse procedimento, em alguma medi<strong>da</strong>, reproduziu a metodologia de Oliveira eAlbuquerque <strong>para</strong> a construção <strong>da</strong> tábua de mortali<strong>da</strong>de <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> que, justamente, corrigiuos Qx (probabili<strong>da</strong>des de óbitos em um determinado grupo de i<strong>da</strong>de), dessas faixas etárias,a partir de estimativas indiretas. Esse procedimento foi fun<strong>da</strong>mental <strong>para</strong> conferir algumgrau de consistência às tábuas de mortali<strong>da</strong>de que foram construí<strong>da</strong>s. Caso isso não tivessesido feito, estaríamos operando com informações, aí sim, totalmente irrealistas.O levantamento <strong>da</strong> taxa de mortali<strong>da</strong>de de crianças me<strong>no</strong>res de um a<strong>no</strong> de i<strong>da</strong>defun<strong>da</strong>mentado <strong>no</strong>s indicadores do SIM (triênio 1998-2000) e <strong>da</strong> amostra do CensoDemográfico de 2000, <strong>da</strong>ria uma média de 1.313 óbitos por 100 mil habitantes (frente àmédia nacional estima<strong>da</strong> indiretamente de 3.007 óbitos por 100 mil). Analisado de formadesagrega<strong>da</strong>, segundo os grupos de raça/cor, a combinação <strong>da</strong>s informações produzi<strong>da</strong>sa partir <strong>da</strong>quela base de <strong>da</strong>dos, <strong>da</strong>ria uma taxa de mortali<strong>da</strong>de infantil de criançasbrancas me<strong>no</strong>res de um a<strong>no</strong> i<strong>da</strong>de de 1.939 óbitos por 100 mil habitantes e, uma taxa demortali<strong>da</strong>de infantil de crianças <strong>negra</strong>s me<strong>no</strong>res de um a<strong>no</strong> i<strong>da</strong>de de 1.507 óbitos por 100mil habitantes. Tal resultado somente pode ser compreendido levando-se em conta um fatorjá abor<strong>da</strong>do que se reporta à maior sub<strong>no</strong>tificação dos registros de óbitos entre os negros e,em especial, entre as crianças <strong>negra</strong>s. Alternativamente, o uso <strong>da</strong>s estimativas indiretas <strong>da</strong>taxa de mortali<strong>da</strong>de infantil de crianças <strong>negra</strong>s apresenta uma estimativa de 3.576 óbitospor 100 mil habitantes (uma diferença de 2,37 vezes em com<strong>para</strong>ção com a estimativa142Fun<strong>da</strong>ção Nacional de Saúde

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